A polêmica em torno do parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito voltou a colocar em lados opostos os bancos tradicionais e as fintechs no sistema financeiro.
Os bancos consideram que a modalidade é uma das responsáveis pelas altas taxas de juros cobradas dos clientes que não quitam toda a fatura mensal.
Já as instituições digitais argumentam que o fim do parcelamento sem juros teria impacto negativo no consumo em um momento já delicado da economia brasileira.
A Associação Brasileira de Internet (Abranet), que representa empresas como PayPal, Mercado Pago e PagSeguro, endossou a visão das fintechs. A questão foi debatida em reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na semana passada.
O foco principal da discussão foi a taxa do rotativo do cartão de crédito, cujo eventual teto para a cobrança poderia afetar principalmente as fintechs, que dependem mais das receitas com cartões que as instituições tradicionais.
Em outra frente, alguns bancos digitais têm emitido cartões físicos sem dados sensíveis, como número, data de validade e código de segurança.
Essa medida visa reduzir as fraudes, principalmente nas compras online. Segundo os defensores da novidade, ao adotar o cartão digital nessas transações, com números renovados de tempos em tempos, as chances de golpes são menores.
No Brasil, C6, Santander e Nubank oferecem a possibilidade de adotar o modelo sem números, enquanto XP, Neon, iti (banco digital do Itaú) e Credicard entregam cartões desse tipo a todos os clientes.