Segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (26), a taxa média de juros cobrada pelos bancos no rotativo do cartão de crédito atingiu em março o maior patamar em seis anos, chegando a 430,5% ao ano.
Isso representa um aumento de 13,1 pontos percentuais em relação a fevereiro, quando a taxa estava em 417,4% ao ano.
Em março de 2017, a taxa da modalidade era de 490,3% ao ano. O rotativo do cartão é a linha de crédito mais cara do mercado e é recomendado por especialistas apenas em casos emergenciais. Ele é acionado quando o cliente não paga o valor integral da fatura na data de vencimento.
Desde 2017, os bancos são obrigados a transferir a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, que possui juros mais baixos, após um mês. Nessa modalidade, o juro subiu para 192% ao ano em março, contra 189,6% ao ano no mês anterior, um aumento de 2,4 pontos percentuais.
O alto patamar dos juros no rotativo tem sido objeto de debate pelo governo, e em 17 de março, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com representantes da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) e da CNF (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) para discutir o modelo atual.
Embora nenhuma proposta tenha sido apresentada, foi acordado que um grupo de trabalho com o Banco Central será formado para aprofundar as causas do spread (diferença entre o custo de captação dos bancos e a taxa cobrada do cliente) no rotativo.
Um levantamento da Abranet (Associação Brasileira de Internet), em parceria com o Datafolha, mostrou que cerca de 75% da população costuma parcelar compras, e para 80% dos consumidores, a possibilidade de parcelar sem juros é determinante na escolha do estabelecimento em que será feita a compra.