O acordo entre Mercosul e União Europeia, acertado em junho de 2019, após vinte anos de negociações, vai representar um novo marco para a indústria brasileira no cenário internacional, podendo aumentar a competitividade do setor. Mas para isso acontecer, é necessária a manutenção do que foi firmado há quase três anos. É o que defende o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga Andrade, em artigo publicado nesta quarta-feira, 3, no Jornal ‘O Estado de São Paulo’.
“É urgente avançar em direção à assinatura do tratado em seu formato atual, sem a reabertura das negociações comerciais. Essa deve ser uma prioridade do governo”, defendeu.
Citando dados sobre o quantitativo de população e mercado consumidor integrantes do Mercosul e da União Europeia, Robson prevê um salto do setor industrial no caso da formação de uma área de livre comércio.
“Conjugando um mercado consumidor de quase 720 milhões de pessoas e cerca de 20% da economia global, o acordo formará uma das maiores áreas de livre comércio do planeta. Ele contribuirá para a retomada da relevância da indústria na pauta comercial brasileira com a União Europeia, que foi o nosso segundo parceiro comercial em 2022, com uma corrente bilateral de mais de US$ 95 bilhões”,
Para o presidente da CNI, a conclusão do acordo entre os dois blocos econômicos será crucial para a indústria brasileira e sua ratificação representa uma esperança para o setor.
“Sua entrada em vigor será uma contribuição importante para a reindustrialização do país, sem a qual nossa economia continuará indefinidamente em um ciclo de estagnação ou de baixo crescimento”, revelou.
Para Robson, 2023 é uma ótima oportunidade para conseguir a ratificação do acordo, pois o Conselho da UE será presidido por Espanha e Suécia, países diretamente interessados no fechamento da parceria com o Mercosul.
“Os dois países são firmes apoiadores do tratado, tendo amplas condições de impulsionar os trâmites necessários à assinatura e à ratificação, pelas instituições europeias, dos componentes comerciais e políticos firmados”, ressaltou.
Por fim, Robson deseja que as barreiras que impediram a conclusão do acordo de livre comércio sejam derrubadas e revelou outros benefícios caso a parceria se consolide: “Essa parceria com a União Europeia traz evidentes benefícios à nossa economia: diversificação das exportações, estímulo à competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, cooperação para a transição energética e fomento à geração de empregos. Por tudo isso, sua conclusão formal é mais do que uma prioridade para melhorar a integração internacional do Brasil: é essencial para o desenvolvimento econômico, de forma competitiva e sustentável, do nosso país”.