De acordo com o mais recente Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (8), a previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, caiu de 6,05% para 6,02% este ano, após o Banco Central optar por manter os juros básicos da economia em 13,75%. Para 2024, a projeção da inflação ficou em 4,16%, enquanto para 2025 e 2026, as previsões são de inflação de 4% para ambos os anos.
Embora a estimativa para este ano ainda esteja acima do teto da meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional, que é de 3,25% com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, o mercado espera uma desaceleração nos preços. Segundo o Banco Central, a chance de a inflação oficial ultrapassar o teto da meta em 2023 é de 83%. A projeção para 2024 também está acima do centro da meta de 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância.
Em março, a inflação desacelerou para todas as faixas de renda, atingindo 0,71%, impulsionada pelo aumento dos preços dos combustíveis, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado de 12 meses, o IPCA registra 4,65%, ficando abaixo de 5% pela primeira vez em dois anos. Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de abril ficou em 0,57%, inferior às taxas de março de 2023 (0,69%) e abril de 2022 (1,73%).
Enquanto isso, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros, Selic, em 13,75% ao ano. Essa taxa está em vigor desde agosto do ano passado e é a mais alta desde janeiro de 2017. Mesmo com as pressões do governo federal para reduzir a Selic, o Copom optou por mantê-la inalterada pela sexta vez consecutiva. A expectativa do mercado é que a Selic permaneça nesse patamar até, pelo menos, a reunião do Copom de agosto. A projeção do Boletim Focus indica que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de uma redução para 10% ao ano, enquanto para 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 9% ao ano para ambos os anos.
A taxa básica de juros, quando elevada, tem o objetivo de conter a demanda aquecida, impactando os preços, pois os juros mais altos encarecem o crédito e incentivam a poupança. No entanto, além da Selic, outros fatores também influenciam a definição das taxas de juros cobradas pelos bancos, como risco de inadimplência, lucro e despesas.









