Na manhã da terça-feira (16/5), uma reunião entre Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), instituições financeiras e entidades da sociedade civil, deu início às discussões para a elaboração de uma nova estratégia nacional de empreendedorismo feminino e para a criação de um comitê de empreendedorismo feminino.
Dados disponibilizados pelo Sebrae dão conta de que as mulheres têm mais escolaridade (31% têm ensino superior, contra 22% dos homens), mas apenas 22% têm renda familiar acima de 6 salários mínimos, contra 31% dos homens. Elas chegam a trabalhar 10,5 horas por semana a mais que os homens com afazeres domésticos e cuidando dos filhos, e acabam se dedicando 17% menos horas ao próprio negócio do que os homens (PNUD).
Por isso, a nova estratégia tem como objetivo criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de empreendimentos liderados por mulheres, promovendo ações que contribuam para sua autonomia econômica, como acesso a crédito e a financiamentos, permitindo a sustentabilidade financeira dos negócios; educação financeira e disseminação de redes de apoio.
“Como resultado, temos atualmente negócios menos longevos, produtos menos inovadores, com menor valor agregado, impactando, portanto, em um menor faturamento”, explicou, em nota, Raíssa Rossiter, diretora do Departamento de Artesanato e Microempreendedor Individual da Secretaria de Micro e Pequena Empresa e Empreendedorismo (Sempe) do MDIC.
Segundo o MDIC, o Comitê do Empreendedorismo Feminino será dividido em grupos de trabalho para aprofundamento dos seguintes temas:
- acesso a mercados e inclusão produtiva – propostas das ações afirmativas e critérios de equidade de gênero nas compras públicas por empresas lideradas por mulheres;
- acesso a dinheiro – disponibilizar informações, por parte de instituições financeiras, de dados de créditos e financiamento concedidos a negócios liderados por mulheres;
- acesso a tecnologia e inovação – conectar mulheres com o ambiente de inovação por meio de políticas que facilitem esse acesso, além de programas de aceleração;
- educação empreendedora – foco em habilidades socioemocionais e comportamento empreendedor.