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Economia global perde até US$ 5,7 trilhões pelo Efeito El Niño

Um novo estudo publicado na revista Science, indica que o Efeito El Niño (o superaquecimento das águas do Pacífico) faz a economia global perder entre US$ 4,1 e US$ 5,7 trilhões. O trabalho, divulgado nesta quinta-feira (18/05) mostra em detalhes como os efeitos maléficos desse fenômeno afetaram áreas como agricultura, energia e outras, impactando também a força de trabalho e causando dano a patrimônio.

Os pesquisadores Cristopher Callahan e Justin Mankin, do Darthmouth College, de New Hampshire (EUA), examinaram a atividade econômica global antes e depois dos períodos de El Niño de 1982 a 1983 e 1997 a 1998, e especialmente o PIB nos anos seguintes. A estimativa média da dupla é que a soma de PIBs de países de todo o planeta pode perder até US$ 84 trilhões no século 21, se o aquecimento global não for freado.

No mapa mundi do abalo econômico que os pesquisadores fizeram para o El Niño da temporada 1997/98, o Brasil aparece tendo sofrido um impacto médio-alto, com o fenômeno climático puxando o PIB nacional em mais de 5% para baixo.

Em solo brasileiro, os principais impactos do El Niño são na agricultura e na produção de energia hidrelétrica, por causa da perturbação do regime de chuvas. O estrago também se manifesta, porém, na redução de estoques de pescado, na indústria do turismo. Na forma de desastres naturais como enchentes e deslizamentos, o El Niño afeta a economia comprometendo a força de trabalho e destruindo patrimônio.

Porém, o Brasil não é o país que mais sofre com o fenômeno. Nessa posição está o Peru.

“O PIB peruano recuou em 1998 e ficou estagnado por mais de três anos”, escrevem os pesquisadores. “Por estar saindo de uma crise financeira em 1997, a desaceleração de 1998 não pode ser totalmente atribuída à oscilação do El Niño no Hemisfério Sul, mas a economia do Peru teria crescido mais rápido se o El Niño de 1997/98 não tivesse ocorrido.”

Os El Niños costumam ocorrer com intervalos que variam entre 2 e 7 anos, mas sua previsão ainda desafia climatólogos. Segundo os Callahan e Mankin, o planeta se beneficiaria muito de pesquisas que ajudem cientistas a antecipar a emergência do fenômeno, o que ajudaria a planejar a economia global.

Callahan enfatizou a importância de reduzir as emissões e realizar mais pesquisas sobre como a mudança climática alterará os ciclos globais. “Daqui para frente, pensando nos efeitos das mudanças climáticas no El Niño e no clima tropical, precisamos ter uma ideia melhor de como esses processos vão evoluir e o que as mudanças climáticas farão para controlá-los”, disse ele.

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