Com o fim do primeiro trimestre de 2023, construtoras e incorporadoras que atuam no segmento de baixa renda são a bola da vez no mercado imobiliário. Esse entendimento ficou evidente na divulgação de seus resultados. O segmento vive um momento de bom ritmo de vendas, devido aos estímulos governamentais e menos afetado pela taxa Selic.
“De uma maneira geral as companhias apresentaram resultados melhores, especialmente em rentabilidade, retorno sobre patrimônio (ROE) a e velocidade de vendas”, disse Luan Alves, analista-chefe da VG Research, em entrevista ao Invest News.
A MRV (MRVE3), a Tenda (TEND3) e a Cury (CURY3) vêm elevando os preços dos imóveis e devem continuara na buscar por mais rentabilidade em seus projetos. Outra empresa que reajustou os valores das unidades foi a Plano&Plano (PLPL3).
Com isso, no quarto trimestre, o preço médio das unidades incorporadas pela MRV no Brasil era de R$ 208 mil, ou seja, 22,7% maior do que o de um ano antes. Com os custos de materiais estáveis e os valores dos imóveis em alta, a MRV avalia que suas margens continuarão a melhorar.
Os reajustes de preços também contribuíram para que a Tenda elevasse suas margens. De outubro a dezembro, o valor médio de vendas chegou a R$ 190 mil, 37% acima do mesmo período de 2021. Os preços ainda estão crescentes. Porém, em ritmo menor. Nos três últimos meses do ano, a companhia lançou R$ 754 milhões. Trata-se do dobro do que havia apresentado no terceiro trimestre.
Já a Cury registrou em 2022 seu melhor ano em lançamentos, vendas, geração de caixa e lucro líquido. No quarto trimestre, o preço médio das unidades lançadas estava em R$ 259 mil. Para este ano, a Cury não tem meta de lançamentos, mas buscará apresentar ao mercado R$ 3,8 bilhões, superando os R$ 3,3 bilhões do ano passado. No entanto, a prioridade serão unidades na faixa 3 do programa e imóveis com preços logo acima do teto do Minha Casa, Minha Vida.
Por sua vez, a Plano&Plano vendeu suas unidades ao preço médio de R$ 200,8 mil no quarto trimestre, com alta de 6,7%, na comparação anual. Mais que isso, elevou a margem bruta ajustada em 2,7 pontos percentuais (p.p.)
Já a Direcional Engenharia (DIRR3) perdeu pouco mais de um ponto percentual de margem bruta ajustada em 2022. Porém, manteve o indicador em patamar considerado elevado. A companhia tem buscado preços que considera adequados para os imóveis. Com isso, vai priorizar velocidade de vendas e eficiência na execução dos projetos lançados em relação à rentabilidade e crescimento.