No primeiro trimestre de 2023, os financiamentos para indústria lideraram os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), marcando a primeira vez em uma década que o setor industrial ocupa essa posição. Desde 2013, outros setores predominavam, mas a nova gestão de Aloizio Mercadante, que assumiu a presidência do banco em fevereiro de 2023, priorizou a indústria como parte de sua estratégia.
Nos primeiros três meses de 2023, o banco desembolsou R$ 19,1 bilhões, dos quais 32% (R$ 6,1 bilhões) foram destinados à indústria. Essa fatia colocou o setor à frente da infraestrutura, que recebeu 28,9% dos recursos (R$ 5,5 bilhões). Comércio e serviços ficaram com 19,8% (R$ 3,8 bilhões), enquanto a agropecuária obteve 19,2% (R$ 3,7 bilhões).
Crescimento no setor industrial marca virada histórica
O protagonismo da indústria nos financiamentos do BNDES reflete uma mudança relevante na distribuição de recursos. Entre 2014 e 2022, a infraestrutura foi a principal beneficiária dos desembolsos no período, com exceção de 2020, quando a agropecuária liderou. A última vez que a indústria ficou à frente foi no quarto trimestre de 2016.
Segundo o BNDES, o aumento nos financiamentos para indústria em março de 2023 foi um dos fatores que impulsionaram o setor ao topo. A nova gestão do banco aposta em um fortalecimento estratégico do segmento industrial para ampliar sua relevância no desenvolvimento econômico do país.
Resultados expressivos nos financiamentos para indústria
Entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2023, o total de desembolsos do BNDES cresceu cerca de 29%, passando de R$ 14,8 bilhões para R$ 19,1 bilhões. Nesse contexto, os financiamentos para indústria tiveram um aumento expressivo de aproximadamente 85%, subindo de R$ 3,3 bilhões para R$ 6,1 bilhões. Por outro lado, os recursos destinados à infraestrutura diminuíram cerca de 5%, caindo de R$ 5,8 bilhões para R$ 5,5 bilhões.
O BNDES considera que a tendência de alta nos financiamentos para indústria deve se consolidar nos próximos anos, fortalecendo o setor como pilar essencial do crescimento econômico brasileiro.