O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está em fase preliminar de estudos para ampliar os financiamentos destinados à indústria de defesa, responsável pela produção de armamentos, munições e outros equipamentos militares.
De acordo com o BNDES, a discussão está em andamento, e caso haja progresso, a proposta será apresentada posteriormente ao Ministério da Defesa e ao que o banco chama de “comando de governo”.
Em comunicado, o banco ressalta a importância estratégica da indústria de defesa para o país, destacando sua contribuição na geração de tecnologia, empregos e renda.
“Dentro da nova política industrial do governo, o BNDES está em fase inicial de avaliação de alternativas para apoiar o complexo industrial da defesa, através de recursos públicos e privados”, afirma o comunicado.
A instituição também destaca que já apoia as exportações do setor e que esse suporte será mantido por meio da criação de um eximbank, um órgão específico para o fomento das exportações de bens e serviços. Essa iniciativa é defendida pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, desde o início de sua gestão em fevereiro.
O BNDES destaca ainda a relevância desse setor para o processo de neoindustrialização, uma missão definida pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e integrada ao Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
O estímulo à indústria é uma das principais diretrizes da atual gestão do BNDES. Mercadante reitera a necessidade de reindustrialização do país para promover a criação de empregos qualificados e fomentar a inovação.
Ao assumir a presidência do BNDES em fevereiro, Mercadante elogiou o potencial do Brasil como “fazenda do mundo” devido à sua capacidade de produção de alimentos, mas também ressaltou a importância dos bens industriais de alto valor agregado para o desenvolvimento econômico.
Em abril, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, indicou que o governo estava avaliando uma proposta para elevar o orçamento das Forças Armadas para um patamar equivalente a 2% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Atualmente, destinamos 1,3% do nosso PIB para os investimentos das Forças Armadas”, explicou o ministro na época, durante uma visita ao maior navio da Marinha. “Estamos preparando uma proposta em conjunto com os três comandantes [das Forças] para inicialmente apresentar um orçamento de 1,5%, seguido de 1,8% e, finalmente, atingir 2%, conforme recomendado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).”