São Paulo, 5 de junho de 2023 – O mercado financeiro brasileiro iniciou a semana com notáveis movimentações. O dólar comercial abriu o dia em queda de 0,45%, cotado a R$ 4,93, marcando o terceiro dia consecutivo de baixa para a moeda americana. No campo das moedas estrangeiras, o Dólar Turismo, a Libra, e o Peso Argentino também apresentaram quedas, enquanto no setor de criptomoedas, o Bitcoin despencou 6,37%.
Em contraste, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), fechou a sessão em valorização de 0,12%, atingindo 112.696,32 pontos. Esse movimento foi impulsionado, em grande parte, pelas ações da CVC, que subiram 11,39%.
Outras ações de destaque foram PETR4.SA e ITUB4.SA, com altas de 1,29% e 0,18% respectivamente, enquanto VALE3.SA e BBDC4.SA tiveram oscilações divergentes, com a primeira em queda de 0,81% e a segunda em alta de 1,62%.
No setor de commodities, o petróleo, o ouro, a prata, a platina e o paládio apresentaram aumentos variáveis, enquanto os preços dos produtos agrícolas apresentaram diversas cotações, com o açúcar cotado a R$ 148,61 por saca de 50kg e o algodão a R$ 4,1069 por libra-peso, entre outros.
As movimentações do dia foram significativamente influenciadas pela divulgação de novos dados da economia norte-americana. As encomendas às fábricas dos EUA aumentaram 0,4% em abril, um valor abaixo do esperado, reduzindo as preocupações com a inflação e a possibilidade de que o Federal Reserve, Banco Central dos EUA, possa aumentar os juros na próxima semana.
Em um relatório de destaque, os estrategistas do JPMorgan observaram que estão surgindo sinais de desdolarização na economia global. O aumento das taxas de juros nos EUA e o uso de sanções que afastaram países como a Rússia do sistema bancário global estão levando os países do BRICS – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – a desafiar a hegemonia do dólar.
Apesar do dólar ainda ser amplamente utilizado, sua participação no volume de negociação de moedas está em queda, chegando a 88%. Em contrapartida, a participação do yuan atingiu um pico de 7%. A participação do dólar nas reservas cambiais também diminuiu para uma mínima histórica de 58%, refletindo sua diminuição na participação das exportações.
O relatório do JPMorgan foi um dos mais notáveis entre os principais bancos dos EUA, indicando uma tendência que também foi expressa por gestores de grandes fundos de investimento, como o Goldman Sachs Asset Management.