A carne vermelha fica mais acessível aos consumidores em 2023, segundo dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o índice oficial de inflação no país. O preço médio das carnes apresentou uma queda significativa de 5,9% em diferentes cortes, incluindo picanha, filé mignon, alcatra e contrafilé, além das opções de frango e carne suína.
Essa tendência de redução de preços vem sendo observada desde o início do ano, com cortes como a carne de porco apresentando uma queda de 2,4% e o frango, 5,8%. A tão apreciada picanha, sonho de consumo do churrasco brasileiro, teve uma queda de 6,5%, enquanto a alcatra e o filé mignon diminuíram 8%, assim como outros 14 cortes bovinos acompanhados pelo IPCA.
Essas deflações têm origem na crise econômica, que influenciou o comportamento do consumidor nos últimos anos, resultando em uma redução da compra de carnes vermelhas após os aumentos significativos durante os diversos choques da pandemia. A oferta também contribui para a queda de preços, uma vez que os produtores expandiram seus rebanhos em resposta aos bons preços da carne no mercado, encontrando uma demanda menor por parte dos consumidores.
De acordo com Thiago Bernardino de Carvalho, pesquisador de pecuária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq, escola de agricultura da Universidade de São Paulo (USP), a preferência do brasileiro é pela carne bovina, mas a redução do poder aquisitivo tem impactado o consumo. Além disso, a crise também afetou os mercados internacionais, como a China, resultando em menor demanda e, consequentemente, preços menores.
Essa conjuntura de fatores tem impulsionado a oferta no mercado, levando os produtores a realizarem promoções para escoar a produção excedente. Com isso, os consumidores encontram um cenário mais favorável para adquirir diversos tipos de carne, tornando a alimentação mais acessível em tempos de instabilidade econômica.