A agência Fitch anunciou nessa terça (01) o rebaixamento do rating de emissor de inadimplência a longo prazo e moeda estrangeira (IDR) dos Estados Unidos, passando de AAA para AA+. Essa decisão foi motivada pela projeção de deterioração fiscal nos próximos três anos, bem como pelo aumento da dívida governamental. A Fitch também destacou uma diminuição relativa na governança em comparação com outros países classificados como ‘AA’ e ‘AAA’ nos últimos 20 anos, o que resultou em repetidos impasses sobre o limite da dívida e resoluções de última hora.
Esse rebaixamento ocorre após o acordo sobre o teto da dívida do país, alcançado em junho, após meses de difíceis negociações políticas. O teto da dívida foi elevado para US$ 31,4 trilhões. No entanto, a Fitch ressalta que, apesar do acordo bipartidário de junho para suspender o limite da dívida até janeiro de 2025, a deterioração contínua dos padrões de governança é um fator relevante para sua decisão.
Investidores utilizam as classificações de crédito para avaliar o risco de empresas e governos ao obter financiamento nos mercados de capitais de dívida. Em resposta ao rebaixamento, a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, discordou da decisão da Fitch Ratings, considerando-a arbitrária e baseada em dados desatualizados.
Vale lembrar que em 2011, durante uma crise anterior do teto da dívida, a agência de risco Standard & Poor’s também reduziu a recomendação máxima dos EUA de “AAA” para “AA+”, apontando polarização política e medidas insuficientes para corrigir as perspectivas fiscais do país. A classificação atual da Standard & Poor’s para a dívida soberana dos EUA é “AA+”.
A Fitch já havia colocado a recomendação “AAA” para a dívida soberana dos EUA em alerta para um possível rebaixamento em maio, citando riscos negativos, incluindo desgaste no debate político e um crescente peso da dívida.