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Governo e bancos avançam em negociações para redução de juros no cartão de crédito

Endividamento atinge máxima histórica de março impulsionado pelo cartão de crédito, diz CNC
Divulgação

As negociações entre os bancos brasileiros e o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estão progredindo, visando uma solução para a redução dos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito. O avanço nas tratativas ocorre com o receio de que a decisão seja tomada pelo Congresso Nacional, o que poderia abrir precedentes para o tabelamento de juros em outras modalidades.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou em entrevista à EBC que uma solução para o rotativo será apresentada em 90 dias. Haddad afirmou que o governo está trabalhando em uma transição para um sistema melhor que o atual, garantindo um freio nas taxas de juros.

Em junho, a taxa média de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas no rotativo do cartão de crédito atingiu 437,3% ao ano, de acordo com dados do Banco Central. Buscando mudanças estruturais, as negociações visam uma autorregulação dos próprios bancos sobre o produto, o que poderia resultar em uma queda sensível nas taxas de juros.

Uma das possibilidades em debate é acabar com o rotativo, acionando automaticamente o parcelamento em caso de não pagamento da dívida. Entretanto, o setor bancário resiste à medida devido à elevada remuneração obtida com essa modalidade.

Outra alternativa em discussão é o crédito parcelado sem juros, buscando impedir o efeito “bola de neve” causado por pagamentos parcelados em serviços essenciais. Restrições setoriais também estão em pauta, enquanto a opção de limitar o número de parcelas sem juros não foi bem recebida.

Apesar do recuo de 16,7 pontos percentuais em relação ao mês anterior, quando a taxa atingiu 454%, ainda não é possível observar uma tendência de queda na trajetória dos juros, segundo Fernando Rocha, chefe do departamento de Estatísticas do BC.

O rotativo do cartão de crédito é a linha de crédito mais cara do mercado e é recomendada apenas em situações emergenciais. Em junho, a inadimplência atingiu 49,1% após chegar a 53,4% no mês anterior. Mesmo com a alta inadimplência e os juros elevados, a concessão de crédito no rotativo do cartão chegou a R$ 30 bilhões, próximo às máximas históricas.

Desde 2017, os bancos são obrigados a transferir a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, que possui juros mais baixos, após um mês. O parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito tem sido debatido no setor financeiro, com grandes bancos apontando esse segmento como um dos fatores que contribuem para as altas taxas de juros no rotativo dos cartões.

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