A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 13,25%, foi bem recebida por diversas entidades que representam setores da economia brasileira. Agora, a expectativa é de que os juros continuem a cair até o final do ano.
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considerou a medida “acertada”. O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, defendeu que, se o cenário de controle da inflação se mantiver nos próximos meses, “cortes mais intensos na Selic são necessários”.
“A decisão foi acertada, uma vez que não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia. As expectativas de inflação têm passado por sucessivas revisões para baixo e a apreciação da taxa de câmbio, nos últimos meses, também representa mais um elemento positivo para esse cenário de controle da inflação”, avaliou.
A CNI destacou que a Selic em alta tem comprometido significativamente a atividade econômica neste ano. De acordo com os dados da entidade, a produção da indústria de transformação caiu 1,5% na comparação entre junho de 2023 e junho de 2022. Além disso, os impactos da Selic são sentidos no mercado de crédito, com uma queda de 5,2% nas concessões de crédito às empresas no primeiro semestre de 2023, em comparação ao último semestre de 2022 (redução de 8,0% em termos reais).
O empresário Geldo Machado, presidente do Sinfac CE/PI/MA/RN, destacou que a redução pode marcar um novo momento de aceleração da economia e geração de empregos. “Os setor produtivos estão todos de freio de mão puxados. Um ponto que destaco na redução da taxa selic é que contou com o voto do próprio presidente do BC”, Roberto Campos Neto.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) também elogiou a decisão do Banco Central sobre os juros, utilizando a palavra “acertada”. “A inflação no Brasil é hoje uma das mais baixas do mundo”, afirmou a entidade. Para o setor varejista, o movimento de ciclo de baixa dos juros deverá ser sentido em breve, aliviando o orçamento das famílias e das empresas e abrindo espaço para o aumento do consumo e melhores condições de crédito.
A construção civil também comemorou o corte da Selic. A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) considerou a redução de 0,5 ponto percentual positiva e espera que o movimento continue para que a Selic se estabilize em patamar baixo no longo prazo. A medida é considerada essencial para a incorporação imobiliária e a construção civil, uma vez que os financiamentos habitacionais de imóveis de médio e alto padrão são impactados pela contração da política monetária.