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O “efeito americanas” bateu na porta do Banco Central

Banco Central realiza cortes na Selic
Foto: Antônio Cruz/Banco Central

A dívida da Americanas (AMER3) junto ao Banco do Brasil (BBAS3) voltou a impactar negativamente os resultados da instituição financeira no segundo trimestre de 2023. A reclassificação do passivo da varejista perante o banco estatal teve um efeito notável, acarretando um impacto negativo de R$ 338 milhões nas provisões para créditos de liquidação duvidosa (PCLD), conforme relatado pelo BB.

A dívida da Americanas migrou do risco F para o risco G, o que demandou um provisionamento de 70% do débito, diferentemente dos anteriores 50%. Esse cenário contribuiu para que o Banco do Brasil provisionasse R$ 7,176 bilhões no segundo trimestre. O montante reflete um aumento de 143% em relação ao ano anterior e de 22,6% se comparado ao primeiro trimestre. Além disso, o provisionamento foi influenciado pela deterioração das linhas de crédito não consignado na carteira de pessoa física.

O “caso Americanas”, escândalo contábil que veio à tona em janeiro deste ano, começou a impactar os resultados do BB desde o último trimestre de 2022. Em fevereiro, o banco informou ter provisionado R$ 788 milhões para o cliente de grande porte, o que equivalia a metade da exposição de R$ 1,4 bilhão que mantinha com a varejista, de acordo com a lista de credores divulgada pela empresa. Na época, a administração do BB estava otimista em relação à recuperação dos ativos.

No relatório do primeiro trimestre deste ano, o BB destacou que mudanças no controle acionário da companhia resultaram em uma “alteração no perfil da dívida”.

“No 1T23, ocorreu o reperfilamento da dívida do cliente do segmento large corporate, com eliminação da provisão no valor de R$ 2,546 bilhões e simultâneo reconhecimento da perda por impairment de debênture originada na mudança do perfil da dívida (de crédito para TVM), evento que impacta parte da comparação com o 2T23”, esclareceu o BB no relatório divulgado nesta quarta-feira à noite (9).

Em comparação com outros grandes bancos, o BB apresenta a menor exposição à varejista. Na semana passada, durante uma teleconferência sobre os resultados do Bradesco, o CEO do banco, Octavio de Lazari, expressou confiança em encontrar uma solução para o caso até setembro. No balanço do último trimestre de 2022, o Bradesco provisionou extraordinariamente R$ 4,9 bilhões referentes à dívida da varejista, equivalente ao total do débito junto à empresa. É válido destacar que o Bradesco, juntamente com o Santander (SANB11) e o BTG Pactual (BPAC11), teriam levantado objeções ao novo plano de reestruturação da Americanas, que visa negociar descontos com seus credores.

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