Empresas no Brasil estão se preparando para lançar um projeto-piloto de semana de trabalho de quatro dias. A iniciativa será conduzida pela 4 Day Week e pela Reconnect Happiness at Work, uma empresa que atua no segmento emergente de promoção de felicidade corporativa.
O projeto, que começará em dezembro deste ano, tem como objetivo testar globalmente o modelo 100-80-100, onde os trabalhadores receberão 100% de seus salários, trabalharão 80% das horas convencionais e manterão 100% da produtividade. As inscrições para participação no projeto estão abertas até o final de agosto, e critérios como tamanho da empresa e setor de atuação não serão utilizados como critérios de exclusão.
A partir de novembro, o Boston College, parceiro da 4 Day Week, iniciará o monitoramento das empresas participantes do programa-piloto. A avaliação será realizada após três meses de implementação e novamente ao final do período.
Os organizadores do projeto afirmam que há empresas no Brasil interessadas na iniciativa, porém, nem todas têm disposição para testar o modelo na prática. Um dos focos do programa é discutir com as empresas a otimização de critérios para reuniões, buscando torná-las mais curtas e eficientes. Uma pesquisa realizada em 2022 pela Harvard Business Review apontou que 70% das reuniões afastam os funcionários do trabalho produtivo.
O modelo já foi testado em outros países. No Reino Unido, um projeto-piloto de seis meses envolveu 61 empresas. Dessas, 38 optaram por manter o teste da semana de trabalho reduzida e 18 decidiram adotar a semana de quatro dias permanentemente. Em Portugal, o teste começou pelo setor público e o levantamento está previsto para ser concluído no início de setembro. Além disso, experiências semelhantes estão sendo realizadas na Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos e Irlanda.