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Ministro da Fazenda diz que Brasil poderia enfrentar problemas graves sem o corte na taxa de juros

Ministério da Fazenda avalia potencial do PIB brasileiro.
(Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez declarações significativas sobre a arrecadação tributária e o panorama econômico do país em um podcast transmitido nesta segunda-feira (14). Ele destacou que o Brasil poderia estar enfrentando problemas graves se o Banco Central tivesse demorado ainda mais para iniciar a série de cortes na taxa básica de juros.

Em uma entrevista gravada na sexta-feira com o jornalista Reinaldo Azevedo, Haddad apontou que a euforia gerada pelos dados positivos do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre havia iludido algumas pessoas quanto à realidade da economia. No entanto, ele observou que tanto a atividade econômica quanto os dados de arrecadação já estavam em queda desde abril.

“Esse corte de 0,5 ponto percentual na Selic, do ponto de vista técnico e puramente econômico, era crucial. Se não tivéssemos feito esse movimento, estaríamos diante de uma situação econômica grave, porque a arrecadação despencou em todo o Brasil durante o mês de julho”, afirmou o ministro.

O resultado oficial da arrecadação tributária referente a julho ainda não foi divulgado pela Receita Federal.

Haddad também anunciou que na próxima semana o governo lançará um grupo de estudos composto por acadêmicos não vinculados ao mercado financeiro. O objetivo é analisar estratégias de combate à inflação adotadas em outros países. Ele explicou que o Brasil historicamente opera com taxas de juros mais elevadas do que outras nações, mesmo em situações de queda da dívida pública.

O ministro ressaltou que a intenção do governo ao formar esse grupo de estudos não é competir com o Banco Central, mas sim compreender a atuação da autoridade monetária.

Haddad também mencionou que o Ministério da Fazenda demonstrará de forma matemática que é viável atingir um déficit primário zero até 2024 com a apresentação de medidas fiscais adicionais. Se esse objetivo for alcançado, o país poderá entrar em um ciclo virtuoso e vivenciar uma redução das taxas de juros.

Ele ponderou que, mesmo que o Banco Central reduza a taxa básica em 0,50 ponto percentual consecutivamente nos próximos meses, o país continuará em um longo período de contração econômica, devido ao nível atual da Selic.

O Banco Central deu início ao ciclo de cortes nos juros básicos com uma redução de 0,50 ponto percentual neste mês, estabelecendo a taxa em 13,25% ao ano, e indicou a possibilidade de mais cortes de 0,50 ponto no futuro.

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