As mudanças no programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) estão redefinindo o cenário do mercado de construção. Com um teto mais alto, subsídios ampliados, taxas de juros reduzidas e uma ambiciosa meta de atender 2 milhões de famílias, o impacto é significativo, especialmente para as empresas listadas na Bolsa.
As obras agora apresentam maior controle e redução de custos, após um ano de disparada nos valores que estouraram orçamentos e afetaram margens de lucro. Essa mudança proporciona um ambiente mais favorável para a construção de novos empreendimentos, tanto em fase de construção quanto em lançamento, beneficiando as companhias do setor.
Esse contexto está provocando uma reviravolta, inclusive levando empresas que anteriormente não atuavam no segmento de habitação de baixa renda a ingressar nesse mercado e competir com os players tradicionais. Enquanto isso, as empresas tradicionais buscam capitalização, como demonstrado por ofertas de ações (follow-ons).
O programa MCMV deve acirrar a concorrência no principal mercado imobiliário do país, São Paulo. Alguns analistas já preveem um aumento nos custos de mão de obra na cidade devido a essa nova dinâmica. A Cury (CURY3), empresa que atua no MCMV, compartilhou durante a apresentação dos resultados do segundo trimestre que está buscando acelerar a aquisição de terrenos devido à concorrência no programa. A empresa está até mesmo considerando expandir sua participação em faixas de menor renda do MCMV, em busca de uma posição competitiva no mercado em evolução.