A valorização do preço do açúcar no mercado internacional vem beneficiando empresas brasileiras produtoras da matéria-prima listadas na B3, bolsa de valores brasileira. Desde o início do ano, o índice de referência da commodity acumula valorização de 64,37% em Nova York.
O motivo da alta no preço do açúcar tem relação direta com questões climáticas na Índia, atualmente maior produtor mundial da commodity e a consequente redução da produção da safra. O país asiático desbancou o Brasil do posto de maior produtor de açúcar nos últimos dois anos. Além disso, outro fator que contribui com a diminuição da produção da commodity no mundo é que a Índia está migrando parte da produção de cana-de-açúcar para a fabricação de etanol.
“Devido à quebra de safra na Índia, hoje é o maior produtor global, mas grande parte de sua produção é oferecida no mercado local e possui cotas para a exportação. A Tailândia também é outro produtor importante e tem privilegiado o cultivo de outros produtos. A demanda segue resiliente e essa quebra de safra provocou a alta de preços”, disse Luan Alves, analista-chefe da VG Research.
De acordo com relatório da Guide Investimentos, esses fatores devem contribuir para manter o preço do açúcar em patamar elevado nos próximos meses, favorecendo os produtores locais do produto, como São Martinho, Jalles Machado e Raízen.
“A São Martinho, por ter grande exposição ao setor e uma liquidez maior do que a Jalles, costuma ser a empresa que melhor representa este movimento. A Raízen tem operações de postos através da marca Shell e com isso a empresa não é 100% ligada ao movimento da commodity”, completou o analista.
De acordo com Abdouni, a produção brasileira de açúcar gira por volta de 41 milhões de toneladas e os preços da tonelada estão por volta de US$ 26,50.