A história da Arqgen começou quando os arquitetos fundadores, Alexandre Kuroda e Thomas Takeuchi. Eles estavam imersos no estudo de arquitetura generativa dentro do hub de inovação Inovabra em 2019. Nesse momento, o Banco Bradesco, por meio de sua incubadora, abordou os fundadores com um problema urgente: a reforma de suas agências bancárias.
A necessidade e o software
A necessidade de reformar e redesenhar agências bancárias é uma tarefa complexa e demorada. Normalmente, levaria dias ou até semanas para uma equipe de arquitetura de um banco concluir um único projeto, considerando a otimização do espaço para caixas eletrônicos, mesas de atendimento e até portas giratórias. No entanto, graças à Arqgen, uma startup de São Paulo focada em inteligência artificial para arquitetura, os bancos agora podem realizar essa tarefa em questão de segundos.
Thomas Takeuchi, co-fundador da Arqgen, explicou: “Era um problema de milhões de reais, porque enquanto os estudos não ficavam prontos, havia agências que não conseguiam operar.”
No radar das ventures
Com base nessa demanda crítica, os fundadores iniciaram o desenvolvimento de um software que poderia atender às necessidades de reforma das agências bancárias. Em 2020, a Arqgen foi oficialmente estabelecida como uma startup. Desde então, a empresa validou sua solução com novos clientes e recebeu um aporte significativo de um milhão de reais por meio do programa de subvenção da Fapesp/Finep.
Agora, a Arqgen anunciou sua primeira rodada de investimento, no valor de 6,2 milhões de reais. A rodada foi liderada pela Terracotta Ventures, uma empresa de venture capital especializada em construtechs e proptechs. Além disso, teve partipação da ABSeed, uma casa de investimento de venture capital focada em empresas de soluções SaaS. Além disso, a rodada contou com a participação de BR Angels e Smart Money Ventures.
O funcionamento do software
A Arqgen oferece um software equipado com uma inteligência artificial proprietária, desenvolvida internamente pelos fundadores. O software permite que os responsáveis pelo projeto conversem com a IA da mesma forma que interagiriam com um arquiteto humano. Eles podem especificar seus requisitos, incluindo a disposição de elementos como caixas eletrônicos, mesas de atendimento e outros. Com base nesses inputs, o software gera várias opções de projetos, permitindo que os clientes escolham a que melhor atende às suas necessidades.
O CEO da Arqgen acrescentou: “Hoje, nossa plataforma cria 10 projetos arquitetônicos por minuto, até 40 vezes mais baratos e 57 vezes mais eficientes que os modelos tradicionais.”
O modelo de negócios da startup envolve a cobrança de uma mensalidade pelo uso do software. Atualmente, a Arqgen tem três clientes e está explorando projetos-conceito com outros setores, como varejistas e construtoras. No entanto, seu foco principal é atender grandes empresas que precisam de escalabilidade e eficiência em projetos arquitetônicos devido ao volume de imóveis.
Faturamento
No ano passado, a Arqgen gerou um faturamento de R$1,4 milhão. Para 2023, a empresa planeja mais do que dobrar essa receita, atingindo R$3,4 milhões. Para 2024, a meta é alcançar R$13 milhões em receita, expandindo ainda mais sua base de clientes e introduzindo novos produtos complementares.
O investimento recém-obtido será direcionado principalmente para duas áreas: tecnologia, a fim de tornar o software mais acessível e fácil de implantar, e fortalecimento da equipe de vendas para ampliar a presença da Arqgen no mercado.
Investidores que participaram dessa rodada de financiamento destacaram a expertise técnica dos fundadores, a crescente demanda global por tecnologias generativas e de inteligência artificial, bem como a capacidade da Arqgen de oferecer ganhos significativos de eficiência, redução de custos e aumento da receita para seus clientes. A startup se destaca por sua capacidade de aplicar princípios de arquitetura em seu algoritmo de IA, tornando-o capaz de criar projetos arquitetônicos complexos e eficientes em tempo recorde.