Em meio a um ambiente de crescentes incertezas fiscais e expectativas de taxas de juros mais altas nos Estados Unidos, o Credit Default Swap (CDS) está registrando um aumento de mais de 10% no Risco-Brasil para o mês de setembro. Embora essa alta represente um cenário desafiador, é importante observar que o CDS ainda acumula uma queda no ano. Esse desempenho negativo em setembro é o pior desde março, um período marcado por turbulências no mercado devido à expectativa pela aprovação do arcabouço fiscal e preocupações com uma crise bancária nos EUA.
Os dados até o fechamento desta segunda-feira (25) revelam uma alta acumulada de 10,35% no contrato de 10 anos do CDS em setembro, superando a marca de 11% registrada em março. No entanto, no acumulado do ano até agora, o CDS de 10 anos ainda mostra uma queda de quase 17%. Nos últimos seis meses, houve uma tendência de queda, sendo maio o mês com a maior redução, quando foi aprovado o texto-base do novo arcabouço fiscal, resultando em uma queda de quase 18%.
Para Gabriel Bassotto, analista chefe de ações do Simpla Club, o aumento do CDS neste mês está relacionado às condições fiscais do Brasil. “O mercado acredita que o governo não vai ser capaz de atingir a meta fiscal, de zerar o déficit fiscal até o final de 2024″, afirma o especialista. “O governo havia planejado arrecadar cerca de R$ 170 bilhões adicionais por meio de várias medidas, incluindo taxação de apostas esportivas, fim do JCP e taxação de fundos exclusivos. No entanto, as negociações no Congresso indicam dificuldades, e o governo pode não conseguir alcançar esse objetivo.”