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Roteiristas de Hollywood encerram greve com acordos sobre IA

(Foto: Wikicommons)

Após 148 dias de greve, o sindicato dos roteiristas chegou a um acordo provisório nesta semana para retornar ao trabalho. Profissionais do texto de Hollywood passaram cinco meses paralisados na luta por proteger o futuro de sua profissão dos avanços da inteligência artificial (IA). Esta foi a primeira disputa trabalhista envolvendo o uso de IA no ambiente de trabalho. O acordo alcançado pelo WGA (Sindicato dos Roteiristas da América, na sigla em inglês) determina o fim da greve, mas a aceitação do acordo oferecido pela Aliança de Produtores de Televisão e Cinema (AMPTP, na sigla em inglês) será votada nas próximas semanas. A entidade patronal representa gigantes da indústria, como Walt Disney e Netflix.

A proposta foi aprovada pela diretoria sindical, estabelecendo alguns pontos cruciais:

1. Estúdios e produtoras devem informar sempre que utilizarem material produzido por IA.
2. IA não receberá créditos de escritor.
3. IA não poderá escrever ou reescrever “material literário”.
4. Escritores podem usar IA em seu trabalho com consentimento da produtora, mas não podem ser obrigados a utilizá-las por seus superiores.

Tom Davenport, professor de tecnologia da informação na Universidade de Babson, expressou otimismo: “Espero que esse modelo seja adotado por várias indústrias de criação de conteúdo. Garante que a IA seja usada com humanos trabalhando lado a lado, a melhor forma de aproveitar essa tecnologia.”

Não há proibições quanto ao uso de roteiros para treinar sistemas de IA, mas os escritores têm o direito de saber que seu trabalho foi utilizado dessa forma.

A greve começou cinco meses após o lançamento do ChatGPT, uma IA generativa capaz de escrever ensaios, realizar conversas sofisticadas e desenvolver histórias a partir de modelos pré-programados. No acordo entre AMPTP e WGA, ambas as partes reconhecem a incerteza do cenário legal em torno do uso de IA e comprometem-se a reuniões semestrais ao longo de três anos para discussões.

Além das questões relacionadas à inteligência artificial, o acordo também estabelece novas regras para pagamentos residuais, aumentando entre 3,5% e 5% para o uso de séries de TV e filmes fora dos Estados Unidos. Séries populares em streaming receberão um bônus. O sindicato garantiu um número mínimo de funcionários nas salas dos roteiristas, determinado pelo número de episódios por temporada, e as taxas de remuneração mínima aumentarão em mais de 12% ao longo de três anos.

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