Funcionários da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), uma empresa de economia mista, participaram de uma greve nesta terça-feira (3) em oposição à promessa eleitoral do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar a empresa. Com isso, as ações da Sabesp registravam uma leve queda de 0,12%, sendo negociadas a R$ 60,43, com a mínima do dia atingindo R$ 59,94.
A paralisação de 24 horas também afetou o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), com os grevistas demandando que o governo de São Paulo cancele os estudos para o processo de privatização e conduza plebiscitos sobre os projetos. Os estudos iniciais para a privatização da Sabesp já foram concluídos.
O sindicato que representa os funcionários da Sabesp afirmou que 70% da categoria aderiu à greve, mas os serviços essenciais, como o fornecimento de água e tratamento de esgoto, foram mantidos.
A administração estadual assegurou que todos os sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos estavam operando regularmente nesta terça. A Justiça do Trabalho determinou que o Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto e Meio Ambiente mantenha 85% dos servidores em serviços essenciais trabalhando.
O analista Hugo Queiroz, da L4 Capital, acredita que a greve não deve ter grandes impactos negativos para a empresa. Ele argumenta que a privatização trará benefícios para os investidores da Sabesp com a reprecificação das ações, impulsionada por melhorias na operação e no retorno sobre investimento.
Segundo o analista, há uma margem para otimização de custos, com a possibilidade de obtenção de dívidas de menor custo e prazos mais longos, além de uma perspectiva de maior rentabilidade. Isso poderá resultar em ganhos de capital, uma geração de caixa substancial e um atrativo retorno sobre investimento.
Ele também sustenta que a privatização tem potencial para beneficiar a população, possibilitando a redução das tarifas.