Na semana que se encerrou em 24 de outubro, os fundos de investimento que atuam no mercado de commodities agrícolas reduziram suas posições vendidas em contratos de soja na Bolsa de Chicago, apontam dados da Commodity Futures Trading Commission (CFTC). Isso indica uma mudança de perspectiva, sugerindo que os investidores não estão mais tão pessimistas em relação aos preços da soja como estavam anteriormente.
De acordo com a CFTC, os grandes especuladores encerraram a semana com 65.190 contratos de soja comprados e 72.138 vendidos. A posição líquida de 6.948 contratos vendidos representa uma redução significativa de 65,3% em comparação à semana anterior. A expectativa de queda nos preços da soja havia sido impulsionada pelas boas perspectivas de produção no Brasil e nos Estados Unidos.
Contudo, o atraso no plantio em Mato Grosso, causado pelo El Niño, e as incertezas relacionadas ao acordo entre Rússia e Ucrânia sobre o corredor seguro de exportações no Mar Morto estão diminuindo as expectativas de queda nos preços da soja.
Na sexta-feira, os contratos de soja para entrega em janeiro fecharam com alta de 1,46% em Chicago, atingindo US$ 13,19 por bushel, o valor mais elevado da semana. Ainda assim, a soja acumula quedas de 0,3% em 30 dias e de 5,3% em 12 meses.
O mercado de milho apresenta uma situação semelhante, com fundos reduzindo suas posições vendidas em 11,8% na semana que terminou em 24 de outubro, chegando a 148.617 contratos – o menor nível de vendas em sete semanas, conforme a CFTC.
Os preços do milho permaneceram praticamente estáveis em Chicago na sexta-feira, com contratos para dezembro fechando em US$ 4,80 por bushel, registrando uma modesta alta de 0,21%. Em 30 dias, o milho acumulou uma queda de 0,62%, enquanto em 12 meses os preços tiveram uma perda de 30%.
O mercado continua atento ao progresso da colheita nos Estados Unidos e aos possíveis efeitos do atraso no plantio da soja no Brasil sobre a segunda safra do milho no país.