O Bitcoin (BTC) permaneceu estável durante a maior parte do final de semana, mas começou a demonstrar reação na noite do domingo (19), após Javier Milei, economista liberal, conquistar a presidência na Argentina com quase 56% dos votos. Reconhecido como um apoiador fervoroso da maior criptomoeda do mercado, Milei expressou que o Bitcoin representa o “retorno do dinheiro ao seu criador original, o setor privado”, e é “uma reação natural ao golpe dos bancos centrais”.
Milei, que se autodenomina “anarcocapitalista”, defende o fechamento do Banco Central da Argentina. Em uma entrevista recente ao jornal El País, ele ressaltou a necessidade de retirar a máquina de impressão de dinheiro das mãos dos políticos. Adriana Dupita, economista da Bloomberg para a América Latina, observou que a visão ambiciosa de Milei de uma Argentina dolarizada, orientada para o mercado e com governos menores, será colocada à prova.
Por volta das 8h desta segunda-feira (20), o BTC registrou alta de 2%, chegando a US$ 37.316. Nos últimos 30 dias, o ativo digital subiu 24%, impulsionado principalmente pelo otimismo em torno do lançamento de um ETF nos EUA com exposição direta à criptomoeda.
As altcoins, outras criptomoedas além do BTC, também estão em alta nesta manhã. O Ethereum (ETH) apresenta um aumento de 4%, cotado a US$ 2.041, enquanto o XRP (XRP) avança 2,70%, atingindo US$ 0,62. A vitória de Milei também influenciou o dólar e os títulos argentinos. No domingo, o “cripto dólar” – uma stablecoin refletindo o dólar dos EUA em pesos – alcançou 1.000 por dólar nas exchanges locais, uma diferença de 8% em relação ao preço de sexta-feira (17), cerca de 920 por dólar. Além disso, os títulos estrangeiros da Argentina com vencimento em julho de 2035 subiram 0,6 centavos por dólar no início das negociações de hoje, destacando-se entre os 20 com melhor desempenho nos mercados emergentes.
