Um manifesto enviado ao Congresso por governadores do Sul e Sudeste expressa posição contrária à extensão de benefícios fiscais para montadoras automotivas em estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2032, alertando sobre possíveis impactos nas metas ambientais assumidas internacionalmente. A desoneração em questão permite que empresas optem por alíquotas reduzidas de contribuições sociais em vez de pagar 20% de INSS sobre a receita bruta.
Os governadores de São Paulo (Tarcísio Freitas – Republicanos), Minas Gerais (Romeu Zema – Novo), Rio de Janeiro (Cláudio Castro – PL), Santa Catarina (Jorginho Mello – PL), Rio Grande do Sul (Eduardo Leite – PSDB) e Paraná (Ratinho Jr. – PSD) vêm pressionando seus deputados a suprimirem a proposta na Reforma Tributária. De autoria dos senadores Fabiano Contarato (PT-ES) e Carlos Viana (Pode-MG), além de prorrogar o prazo de 2025 para 2032, o artigo 19 também concede a redução para a montagem de veículos flex — antes, a proposta era válida para modelos elétricos ou híbridos.
A Stellantis, que produz carros para Fiat, Jeep e Ram na planta de Goiana-PE, juntamente com a HPE Automotores, responsável pela fabricação da Mitsubishi em Catalão-GO, e a Caoa Montadora, que detém Hyundai e Chery, fabricadas em Anápolis-GO, divulgaram uma carta aberta na última quarta-feira (13), defendendo o regime tributário. As empresas citaram a geração de emprego e renda em todo o Brasil. Recentemente, a fabricante chinesa BYD anunciou uma nova fábrica em Camaçari-BA e prometeu lançar o primeiro carro elétrico nacional.
Já as tradicionais Volkswagen, General Motors e Toyota, situadas no centro-sul, questionaram os benefícios por meio de uma carta divulgada no último dia 8 de novembro. No texto, as empresas afirmaram que a proposta representa “um retrocesso do ponto de vista tecnológico e ambiental, além de uma renúncia fiscal prejudicial ao desenvolvimento do país”.