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Goldman Sachs reduz classificação do Bradesco no Ibovespa

Ações do Bradesco estão entre as maiores quedas do Ibovespa após a revisão da recomendação de neutra para venda

Bradesco anuncia R$ 4 bi em juros sobre o capital próprio
(Foto: Divulgação/Bradesco).
Bradesco anuncia R$ 4 bi em juros sobre o capital próprio
(Foto: Divulgação/Bradesco).

Embora a Goldman Sachs mantenha uma visão positiva para os grandes bancos no Brasil, especialmente devido à diminuição das taxas de juros e à melhora na taxa de inadimplência, houve uma mudança significativa em sua postura. A instituição rebaixou sua recomendação para o Bradesco de neutro para venda, dessa forma a classificação do Bradesco despencou.

Com maior exposição ao segmento de baixa renda, que enfrenta concorrência acirrada de novos participantes como Nubank e Inter, a situação do Bradesco é particularmente desafiadora. Consequentemente, a expectativa da Goldman para o banco é de um retorno sobre patrimônio líquido (ROE) consistentemente abaixo dos níveis históricos. Refletindo essa perspectiva, as ações do Bradesco estão entre as que mais caíram no Ibovespa hoje, apresentando uma redução de mais de 2% desde o início do pregão.

A Goldman estabeleceu um preço-alvo de R$ 16,70 para as ações preferenciais do Bradesco. Isso significa um potencial de queda de 5% em relação ao fechamento de ontem. Por volta das 14h, as ações caíram 2,45%, para R$ 16,34. No ano passado, as ações subiram aproximadamente 10%.

O banco também elevou a recomendação para a Itaúsa, de neutro para compra. Ao considerar que a holding está sendo negociada com um desconto em relação à sua participação no Itaú, uma das principais escolhas da Goldman no setor financeiro, o banco tomou essa decisão. A recomendação para o Banco do Brasil também é de compra, enquanto para o Santander, a Goldman recomenda venda.

Projeções futuras

Por outro lado, a equipe de Tito Labarta, da Goldman Sachs, projeta uma ligeira melhoria no ROE do banco. Este indicador, que atingiu seu menor valor em 2023 com 11,3%, é esperado que aumente para 12,9% este ano e 14,14% em 2025. No entanto, é importante notar que esse valor ainda está bem abaixo da média de 18% dos últimos 10 anos. Em contraste, concorrentes como o Itaú podem atingir um ROE de 22% este ano, de acordo com as estimativas do banco de investimentos.

Considerando este cenário, e com previsões mais sombrias que a média do mercado, os analistas da Goldman veem a possibilidade de revisões para baixo nas expectativas de mercado. Após uma redução estimada de 1% em 2023, espera-se que a carteira de crédito do banco cresça 7% este ano. Esse crescimento é impulsionado por um cenário macroeconômico mais favorável, mas ainda permanece abaixo do crescimento médio do mercado de 8% a 9%.

Mudanças estratégicas que Marcelo Noronha, o novo presidente do Bradesco, possivelmente anunciará podem impulsionar uma melhora nos números. Noronha assumiu o cargo no mês passado.

No entanto, uma mudança na postura da Goldman depende de vários fatores. Primeiro, é necessário um aumento nas receitas e ganhos de participação no mercado. Além disso, o sucesso na expansão do segmento de alta renda é crucial. Isso porque as medidas de redução de custos implementadas pelo Bradesco não foram suficientes para melhorar significativamente a rentabilidade.