As ações da Tesla sofreram uma queda de 12,13%, atingindo o valor de US$ 182,63, nesta sexta (26/01). Na quinta, as ações haviam caído 9% e já reduziram ainda mais. Essa desvalorização ocorreu após o presidente-executivo da empresa, Elon Musk, anunciar que o crescimento das vendas em 2024 seria “notavelmente menor” em comparação com o ano anterior. Esse anúncio gerou preocupações no mercado, visto que a Tesla é conhecida como a montadora de carros elétricos mais valiosa do mundo.
Além disso, após o anúncio, a fortuna de Elon Musk registrou uma diminuição de US$ 16,3 bilhões (equivalente a R$ 80 bilhões), alcançando um total de US$ 206 bilhões (aproximadamente R$ 1,01 trilhão), por volta das 13h30 desta quinta-feira. Tal cenário se desenha mesmo diante das reduções de preços implementadas pela companhia, as quais já impactaram negativamente as margens de lucro e elevaram as inquietações dos investidores em relação à montadora mais preciosa do mundo.
Estratégia para melhorar as vendas
Musk enfatizou o direcionamento estratégico da Tesla, concentrando-se no desenvolvimento e na produção de um novo veículo elétrico de última geração. Previsto para ser lançado no segundo semestre de 2025, esse veículo será produzido na fábrica da empresa no Texas. Este esforço representa uma tentativa de revitalizar o crescimento nas vendas da Tesla, além de enfrentar a concorrência cada vez mais acirrada. Nesse sentido, destaca-se a BYD, uma fabricante chinesa que emergiu como uma forte rival no mercado global de veículos elétricos.
Receio no mercado financeiro
A preocupação dos investidores com a Tesla aumentou após a BYD superar a empresa americana em vendas globais de veículos elétricos nos últimos três meses de 2023. Esse marco simboliza a crescente competitividade no setor e coloca a Tesla sob pressão para manter sua liderança de mercado.
Após o anúncio de Musk, estima-se que a Tesla possa perder cerca de 50 bilhões de dólares em valor de mercado. No acumulado do mês, as ações da Tesla já apresentavam uma redução de 16,4%.
Analistas da TD Cowen apontaram que as notícias sobre a Tesla têm variado de “ruins a piores”, especialmente após a divulgação de receitas e lucros do quarto trimestre abaixo das expectativas do mercado. Outras empresas do segmento, como Rivian, Grupo Lúcido e Fisker, também sofreram quedas nas suas ações.
Além disso, Michael Hewson, da CMC Markets, destacou um desafio importante para a Tesla. Agora, a empresa precisa encontrar um equilíbrio entre aumentar suas vendas e manter suas margens operacionais.
Quanto às ações da empresa, os investidores as negociam a aproximadamente 60 vezes as estimativas de lucros futuros de 12 meses. Esse valor é considerado premium quando comparado a outras grandes empresas tecnológicas.
No entanto, alguns analistas questionam a sustentabilidade dessa valorização face a um crescimento mais lento nas vendas e ao enfraquecimento das margens de lucro.
