Pesquisadores da Universidade de Kyoto, em colaboração com a empresa Sumitomo Forestry do Japão, e agora com o apoio dos Estados Unidos, estão se preparando para um grande feito neste verão: o lançamento do LignoSat, o primeiro satélite de madeira do mundo.
Esta iniciativa singular visa testar a viabilidade de materiais biodegradáveis no espaço, propondo uma solução sustentável para o crescente problema ambiental representado pelos detritos espaciais.
Desenvolvimento e testes
O LignoSat é fruto de uma pesquisa dedicada à busca de alternativas ecologicamente corretas aos materiais tradicionais usados na fabricação de satélites. Feito de madeira de magnólia, escolhida por sua estabilidade e resistência a rachaduras, este satélite passou por rigorosos testes em laboratório.
Estes experimentos simularam as condições extremas do espaço, e as amostras de madeira se mostraram promissoras, não apresentando alterações significativas em massa ou sinais de decomposição e danos.
Impacto ambiental e solução potencial
A relevância deste projeto transcende a inovação tecnológica, abordando uma preocupação ambiental crítica: o efeito dos detritos espaciais na camada de ozônio e no clima da Terra. Pesquisas recentes da Universidade da Colúmbia Britânica destacaram os riscos associados à reentrada de satélites metálicos na atmosfera, como a possível degradação da camada de ozônio e alterações na quantidade de luz solar que atinge a superfície terrestre.
O LignoSat, ao ser construído com materiais biodegradáveis, oferece uma alternativa que, ao fim de sua missão e subsequente reentrada atmosférica, resultaria apenas em um disperso e inofensivo spray de cinzas, minimizando o impacto ambiental.
Futuro
Neste verão, o lançamento do LignoSat não apenas marcará um avanço significativo na exploração espacial sustentável mas também poderá pavimentar o caminho para futuras missões que priorizem o menor impacto ambiental.
Com a parceria entre o Japão e os EUA para lançar o satélite em um foguete americano, a missão simboliza um esforço colaborativo internacional em direção a uma exploração espacial mais responsável e sustentável.