Desde meados de 2015, com o início dos desinvestimentos da Petrobras, o mercado de petróleo no Brasil vem se transformando, especialmente para as chamadas junior oils, empresas de pequeno e médio porte no setor petrolífero. Essa transformação se acelera agora, com as negociações para a fusão da PetroReconcavo com os campos de petróleo onshore da 3R Petroleum, iniciadas em 17 de janeiro pela Maha Energy. Esta movimentação é vista como um marco estratégico para o segmento, que até então enfrentava desafios de capital para adquirir ativos significativos de forma independente.
Detalhes: Fusão entre PetroReconcavo e 3R Petroleum
A proposta de fusão sugere uma troca de ações entre os acionistas da 3R Petroleum e da PetroReconcavo, buscando não apenas integrar os ativos mas também transferir aproximadamente US$ 1,4 bilhão em dívida da 3R para a PetroReconcavo. Este movimento é estratégico para ambas as empresas, prometendo gerar sinergias operacionais na ordem de US$ 1,1 bilhão, um número que, embora recebido com cautela pelo mercado, ilustra o potencial impacto da fusão.
Em relação a Junior Oils
Frederico Nobre, representante da empresa de análise Warren Brasil, destaca a diminuição das oportunidades em terra (onshore) após a Petrobras reduzir o ritmo de venda de seus ativos, indicando que as empresas de petróleo de menor porte, conhecidas como junior oils, devem voltar sua atenção para a exploração marítima (offshore). Neste contexto, a Bacia de Campos, situada no Rio de Janeiro, é vista como um alvo potencial para PRIO, Enauta e para a possível divisão da 3R Petroleum. Esta última, em caso de concretização da transação com a PetroReconcavo, focará exclusivamente em operações offshore.
Impacto no mercado
Essa fusão representa um momento possível para as empresas independentes de petróleo no Brasil, que surgiram como alternativas à Petrobras e agora encaram uma fase de consolidação. A união entre a PetroReconcavo e a 3R Petroleum não apenas redefinirá as estratégias das junior oils mas também sinaliza uma nova era de oportunidades e desafios no setor petrolífero brasileiro, sobretudo para produtoras como PRIO e Enauta Participações, que acompanham de perto esse cenário em evolução.