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BB, Caixa e Itaú impulsionam o lucro dos 5 maiores bancos

Crescimento de 1,9% em 2023, puxado por BB, Caixa e Itaú

Itaú é acusado de operar esquema milionário de vendas com cartões
(Foto: Divulgação/Itaú).
Itaú é acusado de operar esquema milionário de vendas com cartões
(Foto: Divulgação/Itaú).

O crescimento de 1,9% no lucro dos cinco maiores bancos do Brasil, que somou R$ 107,5 bilhões em 2023, foi impulsionado principalmente pelo Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Itaú Unibanco. Esse desempenho positivo compensou os resultados menos expressivos do Bradesco e do Santander Brasil. Essas instituições enfrentaram desafios devido à persistente alta inadimplência em operações de crédito mais antigas, o que limitou a expansão de suas carteiras de empréstimos.

No Itaú Unibanco, a maior elevação de lucro foi atribuída ao equilíbrio entre o crescimento do crédito e os resultados favoráveis da tesouraria. “Nós vamos crescer dois dígitos nas carteiras que nós selecionamos”, afirmou Milton Maluhy, presidente do banco, destacando a estratégia focada em áreas específicas.

No caso da Caixa Econômica Federal, aproximadamente 70% das atividades são concentradas no setor de crédito imobiliário, que registrou um crescimento de 14,6% durante o ano. Em contraste com os bancos privados, que diminuíram as concessões devido aos elevados juros, a Caixa continuou a operar normalmente, atraindo clientes de outras instituições financeiras.

O Banco do Brasil observou um cenário semelhante, com uma performance notável da tesouraria, em parte devido aos bons resultados do banco argentino Patagonia. A Caixa Econômica Federal viu no crédito a principal fonte de aumento das margens e das receitas com serviços, com a carteira de crédito do banco público crescendo 10,6% em relação a 2022, alcançando R$ 1,119 trilhão.

O vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do Banco do Brasil, Geovanne Tobias comentou em teleconferência com analistas no último dia 9 sobre a carteira agro: “Na carteira agro, nós vemos uma alta marginal de inadimplência que é causada pelo menor crescimento da carteira, natural após os últimos anos”. Mesmo assim, o BB espera um aumento de até 12% no lucro líquido.

Além disso, o presidente do Bradesco, Marcelo Noronha abordou o futuro do crédito no banco, enfatizando um controle de risco mais rigoroso. “Não vamos fazer maluquice com crédito para entregar resultado”, disse em coletiva de imprensa no início do mês, apontando para uma retomada do crescimento da carteira com modelos de crédito aprimorados.

O Santander Brasil, representado pelo presidente Mario Leão, também planeja um crescimento seletivo, com foco em manter o custo do crédito controlado. “Esperamos que o custo de crédito nos novos portfólios seja menor que a média”, explicou, indicando uma estratégia para diversificar as fontes de receita e reduzir a dependência do crédito e do varejo.

Este cenário reflete a resiliência e a capacidade de adaptação do setor bancário brasileiro diante dos impasses. A expectativa é de continuidade no crescimento e desenvolvimento do setor, impulsionado por estratégias focalizadas e uma gestão eficaz de riscos, conforme expresso pelas lideranças dos maiores bancos brasileiros.