Em um cenário de mercado influenciado pela ampla disponibilidade de trigo fornecida por Rússia e Ucrânia, a bolsa de Chicago observou uma queda na cotação do trigo. Nesta quarta-feira (6), os contratos do trigo para maio registraram uma diminuição de 3,63%, chegando a US$ 5,31 o bushel. Este valor é o mais baixo desde 24 de agosto de 2020, conforme apontam dados do Valor Data.
A posição de destaque de Rússia e Ucrânia no mercado internacional mantém-se forte mesmo com os desafios impostos pela guerra. A resultante é uma menor procura pelo trigo americano, visto que o trigo russo, com sua ampla produção e estoques recordes, oferece o menor preço globalmente, a US$ 200 por tonelada, em comparação aos US$ 240 pedidos pelo produto dos Estados Unidos.
Este quadro é agravado pela expectativa de boas condições para o plantio da safra de 2024/25 nos Estados Unidos. Alef Dias, analista da Hedgepoint Global Markets, em seu relatório, comentou sobre a possibilidade de alterações no mercado e na safra, dependendo das condições climáticas futuras.
Ademais, especulações indicam que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) poderá ajustar suas projeções para as exportações de trigo americanas e aumentar as estimativas para os embarques de Rússia e Ucrânia, conforme mencionado pela T&F Consultoria Agroeconômica.
Paralelamente, no segmento da soja, a estabilidade marcou os preços em Chicago, com os contratos para maio sofrendo uma leve queda de 0,07%, cotados a US$ 11,4825 o bushel. A colheita de soja no Brasil e a iminente colheita na Argentina, com uma expectativa de 50 milhões de toneladas, contribuem para este cenário.
Por fim, o milho apresentou um leve aumento de 0,59%, atingindo US$ 4,2875 o bushel. Este comportamento dos preços reflete movimentações técnicas em um contexto de alta oferta nos Estados Unidos, mantendo os preços no nível mais baixo dos últimos três anos.