Em um dia marcado por tensões no mercado internacional, o dólar viu uma ascensão, atingindo o seu maior valor em quase seis meses, enquanto a Bolsa de Valores de São Paulo registrou queda, ambos refletindo o nervosismo dos investidores globais.
O dólar comercial finalizou o dia com uma valorização de 0,87%, cotado a R$ 5,059, após uma sessão inteira de alta. A moeda norte-americana chegou a atingir R$ 5,07 durante a tarde, consolidando-se no patamar mais alto desde meados de outubro do ano anterior. Esse aumento resulta em um ganho acumulado de 3,34% no primeiro trimestre, superando a barreira dos R$ 5 na última semana de março.
Impacto no mercado de ações
No cenário da bolsa de valores, o índice Ibovespa fechou em queda de 0,87%, encerrando o dia aos 126.990 pontos. A queda foi liderada principalmente pelas ações de bancos, que sofreram um recuo em um ambiente de incertezas e especulações globais.
Cenário internacional
A valorização do dólar ocorre em um contexto de fortalecimento da economia norte-americana, como indicado pelo crescimento da atividade industrial dos Estados Unidos, que superou as expectativas ao registrar uma expansão pela primeira vez desde setembro de 2022. Esse aquecimento da maior economia do mundo tem impacto direto na política monetária do Federal Reserve (Fed), reduzindo as expectativas de cortes nos juros ainda este ano.
Efeitos dos Juros e da Economia dos EUA
Juros mais altos em economias desenvolvidas tendem a desviar investimentos de países emergentes, como o Brasil, para mercados considerados mais seguros. Especificamente, taxas elevadas nos Estados Unidos aumentam a atratividade dos títulos do Tesouro norte-americano, atraindo capital global e exercendo pressão sobre o valor do dólar e as bolsas de valores ao redor do mundo.