O McDonald’s anunciou que vai adquirir novamente todas as suas franquias em Israel, uma decisão tomada após a marca enfrentar um boicote devido ao apoio a soldados israelenses durante o conflito na Faixa de Gaza. A rede de fast-food, com sede nos Estados Unidos, firmou acordo com a Alonyal Limited, que detém 225 franquias no país, garantindo a continuidade do emprego para cerca de 5 mil trabalhadores.
A decisão surgiu após a Alonyal distribuir refeições sem custo aos soldados israelenses, o que resultou em uma redução das vendas desde o começo do conflito em outubro do ano passado. Para amenizar o impacto, o McDonald’s, na quinta-feira (4), oficializou a assinatura do acordo, comprometendo-se a manter os restaurantes, as operações e os postos de trabalho em condições semelhantes, reiterando seu compromisso com o mercado israelense.
O boicote ganhou força após países de maioria muçulmana como Kuwait, Malásia e Paquistão se posicionarem contra a empresa por seu suposto apoio a Israel. Manifestações ocorreram globalmente, ampliando o escopo do boicote para além do Oriente Médio. Em janeiro, o McDonald’s reconheceu o impacto do conflito em seus negócios, especialmente no Oriente Médio, mas também na França, Indonésia e Malásia.
Chris Kempczinski, presidente-executivo do McDonald’s, apontou a “desinformação” como um fator na reação do público e admitiu que, pela primeira vez em quase quatro anos, a empresa não atingiu sua meta de vendas trimestrais. Kempczinski enfatizou a independência dos operadores locais nas operações do McDonald’s em países muçulmanos, buscando esclarecer a posição da empresa.
A estratégia da McDonald’s de gerenciar diretamente os negócios em Israel visa recuperar sua reputação e atingir suas metas de vendas no Oriente Médio. A região, especialmente a Faixa de Gaza, foi fortemente afetada pelas operações militares que se seguiram aos ataques liderados pelo Hamas contra o sul de Israel em 7 de outubro, resultando grandes perdas humanas e mantendo reféns.
Diante disso, a empresa espera finalizar a transação de recompra nos próximos meses, assumindo a propriedade e a operação de todos os seus restaurantes no país.
O McDonald’s enfrentou críticas após a divulgação nas redes sociais de que suas franquias em Israel apoiavam as forças de defesa com refeições gratuitas, além de oferecer descontos a soldados e forças de segurança.