No Peru, conhecido por sua instabilidade política e sucessivas mudanças de liderança desde 2016, a presidente Dina Boluarte enfrenta um período de controvérsia. Com acusações que vão desde enriquecimento ilícito até o escândalo dos relógios Rolex, Boluarte viu seu cargo ameaçado por pedidos de impeachment promovidos por partidos de oposição.
O escândalo refere-se a uma série de investigações criminais sobre o uso não declarado de relógios Rolex de luxo. A controvérsia ganhou destaque quando autoridades realizaram buscas na residência de Boluarte, procurando pelos itens de luxo, cuja procedência e aquisição a presidente não conseguiu explicar satisfatoriamente. Este caso, amplamente coberto pela mídia e conhecido como “Rolexgate”, colocou em dúvida a integridade da presidente.
Rejeição do impeachment no Peru: resultados das votações
Na última quinta-feira (4), o Congresso peruano votou contra dois pedidos de impeachment que buscavam remover Boluarte do cargo por “incapacidade moral permanente”. Apesar dos esforços da oposição, os votos a favor da destituição ficaram aquém dos 40% necessários. O primeiro pedido, originário do Peru Libre, obteve 33 votos, enquanto o segundo, do Câmbio Democrático-Juntos, alcançou 32 votos, ambos insuficientes para avançar no processo.
Alianças políticas de Boluarte
Boluarte, que ascendeu à presidência após a destituição e prisão de Pedro Castillo em dezembro de 2022, demonstrou habilidade política ao formar alianças com blocos conservadores no Congresso. Esse apoio foi importante para a rejeição dos pedidos de impeachment e para a recente confirmação de um novo primeiro-ministro e gabinete. Agora, a rejeição do impeachment no Peru confirma a intervenção dessas alianças.
Escândalo do ‘Rolexgate’
A investigação sobre a procedência dos relógios Rolex e outras joias de luxo não declaradas contribuiu para o aumento da pressão sobre Boluarte. Uma operação policial em sua residência resultou na apreensão de relógios de valor menor do que os modelos Rolex associados à presidente em aparições públicas. Apesar das investigações e da crescente desaprovação pública, Boluarte nega qualquer irregularidade.