Na Colômbia, uma onda de protestos contra as reformas do presidente Gustavo Petro tomou as ruas de grandes cidades, incluindo Medellín, Bogotá e Bucaramanga. Estima-se que cerca de 250 mil pessoas tenham se manifestado contra as reformas econômicas e sociais do governo, que busca nacionalizar o setor de saúde, entre outras mudanças.
O Presidente Petro, através de suas redes sociais, reconheceu a magnitude dos protestos e assegurou que seu governo continuará respeitando a liberdade de expressão e os direitos dos cidadãos. Contudo, ele sugere que os protestos têm como objetivo derrubar seu governo, eleito em 2022, descrevendo os eventos como parte de um “golpe branco” para reverter as mudanças favorecendo o povo. “Alguns setores dos mobilizados querem um pacto que desfaça as reformas que são a favor do povo para manter a captura de enormes quantidades de dinheiro público utilizadas como lucros privados”, afirmou.
O presidente colombiano convocou as forças populares a se manifestarem novamente no dia 1º de maio, enfatizando que a nação já se encontra dividida e que é essencial que a “voz popular” também seja ouvida.
Intervenção do governo na saúde
Em meio ao céu cinzento e chuvas, cerca de 70 mil pessoas marcharam apenas em Bogotá contra as reformas econômicas e sociais. Os protestantes, portando bandeiras nacionais e cantando “fora Petro”, expressaram seu descontentamento com as propostas do presidente que, segundo eles, poderiam prejudicar a economia do país.
Uma das reformas mais polêmicas é a do setor de saúde, onde Petro pretende reduzir o poder das seguradoras e ampliar o acesso à assistência médica. Recentemente, o governo interveio administrativamente em duas grandes seguradoras acusadas de falhas no atendimento aos pacientes.
Embora uma proposta inicial de reforma da saúde tenha sido rejeitada pelo Senado, espera-se que uma nova versão seja proposta na sessão legislativa de julho. Além disso, reformas previdenciária e trabalhista ainda estão em discussão no Parlamento.