Conteúdo Patrocinado
Anúncio SST SESI

Setor automotivo: gasto anual de R$ 5 bi com burocracia tributária

Saiba como a indústria automotiva enfrenta o ônus de R$ 5 bilhões anuais para cumprir as exigências burocráticas tributárias.
Setor automotivo - veículos - carros - seguro automotivo
(Imagem: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Há muito tempo, a indústria aponta a carga tributária brasileira como um obstáculo à competitividade, e no setor automotivo não é diferente. Além dos impostos tradicionais, as empresas desembolsam anualmente cerca de R$ 5 bilhões para lidar com a burocracia e a complexidade do sistema.

Márcio de Lima Leite, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), expressou otimismo em relação à reforma tributária. Em entrevista à CNN, ele destacou os desafios enfrentados pelo setor para recuperar a competitividade e expandir a participação no mercado.

“Imagine esses cinco bilhões de reais sendo direcionados para pesquisa, desenvolvimento e capacitação de mão de obra. É um salto considerável que o Brasil está prestes a dar com a reforma tributária. Será a solução para todos os problemas? Não”, pondera Márcio.

Ele reconhece que a implementação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) em substituição aos impostos sobre o consumo possibilitará a redução do custo de conformidade com o fisco, bem como do resíduo tributário repassado ao consumidor.

“Este é o custo invisível dos impostos. No entanto, ainda enfrentamos outra etapa, que é o custo tributário em geral, incluindo encargos sociais, folha de pagamento e taxas. A indústria tem feito um trabalho árduo para apresentar ao governo e ao legislativo os custos que afetam nossa competitividade”, ressalta o presidente da Anfavea.

Enquanto o governo finaliza os projetos de lei que regulamentarão a emenda constitucional que reformula o sistema tributário, há um atraso no envio das propostas ao Congresso Nacional. Fernando Haddad afirmou que os projetos aguardam a avaliação do presidente Lula.

Após a aprovação da regulamentação dos novos impostos, como o IBS e o CBS, o governo iniciará um período de transição. Se os projetos avaliados ainda em 2024, a reforma entrará em vigor em 2026, respeitando o período de transição entre os regimes tributários.

“Teremos um período de transição, o que é importante. Durante esse período, teremos que lidar com dois sistemas, o antigo e o novo”, explica Márcio Leite, destacando a importância dessa fase para a estabilidade futura do setor.

Programa Mover, Mobilidade Verde e Inovação

Enquanto aguardam avanços na reforma tributária, as empresas do setor automotivo contam com o programa Mover, Mobilidade Verde e Inovação. O programa oferece R$ 19 bilhões em benefícios tributários para promover a descarbonização da produção no Brasil.

O presidente da Anfavea ressalta que, ao contrário de programas anteriores, o governo não beneficiará diretamente as empresas. Os critérios para participação no Mover são rigorosos. Além disso, exigem investimentos por parte dos fabricantes.

Com um plano de investimentos de R$ 125 bilhões para os próximos 10 anos, o setor automotivo projeta-se como o maior volume já realizado no país. Na entrevista, Márcio de Lima Leite afirmou que, com esses recursos, o Brasil poderá se tornar um grande exportador de veículos com tecnologia avançada para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

Confira nossos canais
Siga nas Redes Sociais
Notícias Relacionadas