Rumores recentes indicam que a Azul está prestes a adquirir a Gol, marcando uma das maiores fusões no setor aéreo brasileiro. A Azul já está considerando a compra como um fato consumado, conforme fontes ligadas à empresa ouvidas pela Revista Oeste. Em janeiro de 2024, a Gol, com mais de R$ 20 bilhões em dívidas, entrou em recuperação judicial nos Estados Unidos, estabelecendo o cenário para a aquisição.
Impacto da fusão nos aeroportos brasileiros
Dados da Anac para o quarto trimestre de 2023 revelam que a fusão poderia levar à concentração excessiva de voos nos principais aeroportos brasileiros. Por exemplo, a fusão resultaria em 88% dos voos em Recife controlados pela nova empresa, 81% no Galeão, e 84% em Belo Horizonte.
Fusão entre Azul e Gol: detalhes financeiros e estratégicos
A Azul, que detinha cerca de 31% do mercado, com a Gol detendo 32%, almeja quase 63% do setor de transporte aéreo com a fusão. Esta operação transformaria drasticamente o cenário do transporte aéreo brasileiro em um duopólio com a Latam, que possui 33% do mercado.
Intervenções regulatórias possíveis
Com tamanha concentração de mercado prevista, espera-se que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) intervenha, obrigando possivelmente a Azul a ceder alguns direitos de voo. Além disso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) também precisa dar o sinal verde para que a fusão prossiga.
Reações do mercado e opiniões legais
Fernando Canutto, do Godke Advogados, e Carlos Daltozo, da Eleven Financial, discutiram as implicações legais e financeiras da fusão. Canutto destacou que a fusão pode resultar em aumento de tarifas e impacto direto nos consumidores. Daltozo aconselhou cautela aos investidores interessados nas ações da Gol, mencionando os desafios de sinergia e o endividamento.
Situação atual das ações
No cenário de mercado, as ações da Gol (GOLL4) experimentaram uma alta de 4,38% em uma tarde, enquanto as da Azul (AZUL4) registraram perdas de 4,11%.
“A aquisição pode levar à sinergia e ao aumento de eficiência, potencialmente positivos para o valor das ações, mas também envolve riscos e custos associados à integração das operações das duas empresas”, sinaliza Canutto.