Em recentes declarações, a Alemanha e a República Tcheca acusaram a Rússia de promover ciberataques direcionados contra instituições em ambos os países, membros da OTAN e da União Europeia. O Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão e o Ministério do Interior da República Tcheca identificaram o grupo APT28, vinculado aos serviços de inteligência russos, como o principal agente dessas intrusões.
A chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, expressou, em declaração oficial, que tais ações são “intoleráveis e inaceitáveis”. A resposta da Alemanha incluiu a convocação do encarregado de negócios russo, uma medida vista como um sinal diplomático de desaprovação.
“Responderemos com uma série de ações para dissuadir e contrapor ao comportamento agressivo da Rússia”, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão. Em paralelo, a Rússia negou as acusações, classificando-as como “infundadas”.
O grupo APT28, também conhecido como Fancy Bear, é acusado de vários ataques cibernéticos em nível global. Segundo o Ministério do Interior alemão, o grupo já afetou e-mails de funcionários do partido SPD e de instituições governamentais e privadas, incluindo setores de logística, armamento e aeroespacial.
A colaboração com a República Tcheca revelou ataques explorando vulnerabilidades no Microsoft Outlook. “Estes ataques são especialmente graves no contexto das eleições europeias e da agressão contínua contra a Ucrânia”, comunicou o Ministério dos Negócios Estrangeiros tcheco.
O ministro do Interior tcheco, Vit Rakusan, enfatizou a seriedade das ações, ressaltando que estas foram “orquestradas pela Federação Russa e pelo seu serviço de inteligência GRU”.
A União Europeia, através do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, reiterou a condenação a esses ataques, lembrando que a UE já impôs sanções a indivíduos e entidades relacionados ao APT28 em 2020. “Estamos determinados a utilizar toda uma série de medidas para prevenir, dissuadir e responder ao comportamento malicioso da Rússia no ciberespaço”, destacou Borrell.
A OTAN também expressou preocupação com as “atividades pérfidas” da Rússia em território aliado. “As ações híbridas da Rússia são uma ameaça à segurança dos membros da aliança militar”, afirmou a aliança em comunicado. Além de sabotagem e violência, estas ações incluem interferência cibernética e eletrônica, campanhas de desinformação, entre outras operações híbridas.
Vários países, incluindo França, Suíça e Austrália, também relataram ataques cibernéticos ligados a hackers russos. Empresas de tecnologia como a Mandiant e a Microsoft também alegaram ser vítimas dessas ações.