Com a interdição do aeroporto Salgado Filho e bloqueios nas estradas, a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, enfrenta uma séria crise no turismo. Segundo Claudio Souza, presidente do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares da Região das Hortênsias, a previsão é de que as perdas econômicas possam alcançar R$ 350 milhões se a situação persistir até julho.
O fechamento do aeroporto Salgado Filho em Porto Alegre, principal via de acesso à região, foi provocado por enchentes que afetaram severamente a infraestrutura local. As estradas também sofreram com deslizamentos, complicando ainda mais a chegada de turistas.
Claudio Souza explicou que a baixa temporada, que normalmente já atrai menos visitantes, este ano será ainda mais prejudicada. “Esperávamos recuperar em maio e junho, mas com o acesso comprometido, a situação é crítica”, disse ele. De acordo com suas estimativas, apenas em maio, o prejuízo pode chegar a R$ 150 milhões, aumentando para R$ 200 milhões se a situação se estender até julho.

A administração local e empresários estão buscando soluções para minimizar os impactos. A Base Aérea de Canoas é uma alternativa temporária para alguns voos comerciais, embora ainda não esteja operando a plena capacidade. A Fraport, responsável pela administração do aeroporto Salgado Filho, declarou que ainda não há previsão para a normalização dos serviços.
A situação atual em Gramado é comparada por muitos ao período da pandemia, onde o setor também sofreu enormemente. “É uma realidade muito dura. Temos muitos empregos dependendo diretamente do turismo aqui”, ressaltou Souza, referindo-se aos mais de 200 hotéis e 300 restaurantes que compõem a infraestrutura turística local.
O secretário de Turismo de Gramado, Ricardo Bertolucci Reginato, enfatizou que a cidade está pronta para receber visitantes assim que as condições permitirem. “Nossos pontos turísticos estão operacionais, mas o acesso é o grande problema agora. Estamos colaborando com todas as esferas do governo para encontrar soluções rápidas”, explicou.
Enquanto isso, o impacto das chuvas no estado como um todo continua a ser devastador. O governo do Rio Grande do Sul reportou mortes e milhares de desalojados devido às inundações. O estado está mobilizado para auxiliar as áreas mais afetadas e trabalha para restabelecer a normalidade o mais rápido possível.