A JBS revelou o plano de aplicar R$ 10,2 milhões em um projeto pioneiro de pecuária regenerativa na Amazônia, visando aumentar a sustentabilidade e a rentabilidade na região. A iniciativa faz parte de uma estratégia maior que inclui a emissão de R$ 100 milhões em Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), gerenciado em parceria com a consultoria Rio Capim.
Neste ano, a empresa emitirá R$ 50 milhões em CRAs, com outra parcela similar prevista para o próximo ano. Estes recursos têm como objetivo apoiar a recriação de gado com total rastreabilidade desde o início da cadeia produtiva, abrangendo a vasta área da Amazônia Legal.
A empresa consultora Rio Capim tem o objetivo de alcançar 150 famílias no Pará ainda neste ano e expandir para 250 famílias a partir de 2025. Em uma década, a meta é assistência para 3,5 mil famílias. Os recursos também promoverão práticas agrícolas regenerativas, que visam não apenas a lucratividade, mas também o combate ao desmatamento ilegal.
Estratégia de financiamento
O financiamento desta iniciativa será por meio de “blended finance”, uma estratégia que combina fundos concessionados com investimentos privados. “Essa abordagem não apenas oferece condições vantajosas para os emissores e tomadores, mas também fortalece a estrutura econômica para atender melhor o mercado”, explicou Daniel Brandão, diretor da Vox Capital.
Monitoramento e consultoria
Além disso, será formado um comitê de risco e impacto para acompanhar e avaliar o projeto. O comitê de risco e impacto, essencial para o acompanhamento e avaliação do projeto, é uma colaboração entre a Vox Capital, a Rio Capim e um membro independente. Este grupo será responsável por monitorar os avanços e comunicar os resultados aos investidores.
Alcançando os produtores
Segundo Andrea Azevedo, diretora-executiva do Fundo JBS pela Amazônia, o projeto busca trazer os recursos da Avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo, para mais perto dos pequenos produtores, garantindo um processo seguro e rentável. “Estamos comprometidos em criar impacto positivo por meio de práticas de negócios que sejam inclusivas e ambientalmente sustentáveis”, destacou Azevedo.
Valmir Ortega, CEO da Rio Capim, comentou sobre a ponte que o programa JUNTOS cria entre investidores e os produtores da Amazônia Legal, oferecendo suporte técnico e financeiro necessário para a implementação de práticas de pecuária regenerativa. “A iniciativa pretende preencher uma lacuna essencial para o desenvolvimento sustentável da região”, acrescentou Ortega.
O Fundo JBS pela Amazônia planeja investir até R$ 100 milhões no programa JUNTOS nos próximos dez anos, com a expectativa de alavancar mais de R$ 900 milhões em recursos diversos, que incluem apoio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), investimentos comerciais e doações.