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Cade aprova pedido da Petrobras para interromper venda de refinarias

Cade aceita pedido da Petrobras para suspender venda de refinarias, alterando acordo de 2019. Nova direção assume compromisso com investimentos.
Petrobras
(Imagem: divulgação/Petrobras)

A decisão do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), órgão de defesa da concorrência, atendeu na quarta-feira (22/05) ao pedido da Petrobras para interromper o plano de venda de refinarias. A estatal havia assumido esse compromisso em junho de 2019, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, através de um Termo de Compromisso de Cessação de Conduta (TCC). O acordo previa a venda de oito refinarias, mas até agora apenas três foram vendidas.

Mudança nas Obrigações

Para obter a aprovação do Cade, a Petrobras terá de cumprir novos compromissos. Entre eles, está a criação de mecanismos para monitorar dados relacionados à atuação comercial da empresa no mercado de derivados e petróleo. Isso inclui verificar se os preços da companhia não são discriminatórios. A Petrobras também terá que divulgar diretrizes não discriminatórias para a entrega de petróleo por via marítima a qualquer refinaria independente no território nacional.

Motivos da Interrupção

Ao solicitar a revisão do TCC, a Petrobras destacou que fatores supervenientes justificavam a revisão do compromisso. Na área de refino, a empresa alegou que o cenário mudou devido a transformações econômicas e geopolíticas no setor. A Petrobras argumentou que esses fatores exigem maiores investimentos em refinarias nacionais para incrementar a capacidade de abastecimento do mercado interno.

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Impacto na Transição Energética

A venda das refinarias poderia dificultar o processo de transição energética do atual governo. O governo Lula quer que a Petrobras retome investimentos em áreas como refino, gás e fertilizantes. Esse foi um dos motivos da troca no comando da empresa, com a indicação de Magda Chambriard para o lugar de Jean Paul Prates, demitido na semana passada. Ontem, o Comitê de Pessoas da Petrobras aprovou o nome de Chambriard, e hoje o Conselho de Administração da estatal deve oficializar sua nomeação.

Decisão Sobre o Mercado de Gás

No mesmo dia em que o Cade tomou a decisão sobre as refinarias, a Petrobras também informou a aprovação da renegociação do Termo de Compromisso de Cessação (TCC) em relação ao mercado de gás. A decisão de não vender mais negócios nessa área foi aprovada pelo Conselho de Administração da estatal. No caso do mercado de gás, a Petrobras havia se comprometido a vender ativos como as redes de gasoduto NTS, TAG e Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG), além de sua fatia na Gaspetro. Desses ativos, apenas a TBG ainda não havia sido vendida.

Novos Compromissos da Petrobras

A decisão do Cade impõe novas obrigações à Petrobras. Uma das principais é a possibilidade de o órgão monitorar o parâmetro de cálculo dos preços do petróleo para as refinarias por três anos, renováveis por mais três anos. Além disso, a Petrobras deverá garantir que a diretoria comercial da TBG seja independente da estatal e que não ceda funcionários para atuar na área da TBG. Portanto, a companhia terá que se adaptar a essas novas regras para manter o acordo.

Impacto da Decisão do Cade

Com a decisão do Cade, a Petrobras não precisará vender cinco refinarias e a Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). Especialistas acreditam que essa medida reduzirá a concorrência no setor e reforçará a posição quase monopolista da estatal. No entanto, a interrupção da venda de refinarias está alinhada com a nova direção da Petrobras e o compromisso com investimentos em áreas estratégicas para o país. Dessa forma, a estatal poderá focar em aumentar sua capacidade de refino e atender melhor ao mercado interno.

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