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Ações da Saudi Aramco disparam após oferta bilionária

Oferta secundária de ações atrai investidores internacionais

Saudi Aramco registra alta no mercado financeiro. (Foto: Reprodução/Aramco)
Saudi Aramco registra alta no mercado financeiro. (Foto: Reprodução/Aramco)

As ações da Saudi Aramco, a gigante do petróleo saudita, registraram uma alta no mercado financeiro no domingo, (9). Esse foi o primeiro dia de negociação após uma oferta secundária de ações que deve levantar pelo menos US$ 11,2 bilhões. A valorização ocorreu mesmo com a abertura das ações a 27,95 riais, uma queda em relação ao fechamento de 28,3 riais na quinta-feira anterior. No entanto, durante o dia, as ações subiram para 28,35 riais às 4h30 no horário de Brasília. O preço final da venda secundária foi fixado em 27,25 riais, próximo ao limite inferior da faixa de preço determinada.

A oferta de ações atraiu uma grande quantidade de investidores estrangeiros. Investidores de fora da Arábia Saudita, incluindo dos Estados Unidos, Reino Unido, Hong Kong e Japão, adquiriram mais da metade das ações vendidas, segundo fontes da Reuters. Essa demanda internacional é um passo a mais na estratégia do país para diversificar sua economia e reduzir a dependência do petróleo, alinhando-se com a Visão 2030 do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman.

Investimento internacional e a Visão 2030

A Saudi Aramco busca atrair investimentos internacionais para financiar projetos de diversificação econômica. Esses projetos incluem desde veículos elétricos até a construção de cidades futurísticas no deserto, principalmente através do Fundo de Investimento Público (PIF). Apesar desses esforços, o investimento estrangeiro tem, repetidamente, ficado aquém das metas estabelecidas.

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No contexto da Visão 2030, a Arábia Saudita almeja transformar sua economia com iniciativas que abrangem desde o setor imobiliário até a tecnologia de ponta. Por exemplo, o projeto Neom, uma cidade futurística que planejam construir no deserto, é uma das faces mais visíveis dessa transformação. A Saudi Aramco desempenha um papel central nesse esforço, especialmente através da alocação de recursos para esses empreendimentos.

Detalhes da oferta e reações do mercado

A oferta secundária da Aramco atraiu cerca de 450 fundos e mais de 125 novos investidores internacionais. A maioria dessas ações foi alocada para fundos estrangeiros, resultando em investidores institucionais internacionais, detendo agora cerca de 0,73% da empresa. A forte procura, especialmente dos EUA e Europa, gerou reservas de mais de US$ 65 bilhões.

A empresa também destacou a atratividade de seus dividendos, um dos maiores do mundo, como um fator-chave para o interesse dos investidores. Com um pagamento anual de US$ 124 bilhões, a Aramco oferece um retorno de dividendos estimado em 6,6% pela Bloomberg Intelligence.

Impactos econômicos e futuros investimentos

Os rendimentos da oferta, que deve gerar pelo menos US$ 11,2 bilhões, são essenciais para financiar os ambiciosos planos do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman. Esses planos incluem investimentos em esportes, inteligência artificial, turismo e o projeto Neom. A Arábia Saudita tem registrado déficits fiscais nos últimos seis trimestres e arrecadou mais de US$ 40 bilhões dos mercados locais e internacionais este ano para preencher esse rombo.

Apesar do sucesso da oferta, as ações da Aramco têm enfrentado pressão, com os preços do petróleo em Londres caindo abaixo de US$ 80 o barril pela primeira vez desde fevereiro. Esse valor é inferior aos quase US$ 100 necessários para equilibrar o orçamento saudita, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Mesmo assim, a gestão eficaz da venda de ações pela SNB Capital, juntamente com outros grandes bancos internacionais, foi bem-sucedida em captar o interesse dos investidores.

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Histórico e evolução da Aramco

Desde sua fundação, a Aramco tem sido um pilar central na economia saudita. A empresa nasceu de um acordo de concessão assinado em 1933 entre o governo saudita e a Standard Oil Company da Califórnia. Após a descoberta de petróleo em 1938, a produção rapidamente atingiu níveis recordes. Nos anos 1970, em meio à alta dos preços do petróleo devido ao embargo árabe, a Arábia Saudita aumentou sua participação na Aramco, tornando-se o principal acionista. Em 1980, estatizaram e renomearam a empresa para Saudi Arabian Oil Company (Saudi Aramco).

Atualmente, a Aramco possui cerca de 260 bilhões de barris em reservas, o que torna a Arábia Saudita o segundo país com mais reservas de petróleo do mundo. A empresa também opera internacionalmente, expandindo sua presença por meio de aquisições e parcerias estratégicas. Sua capacidade de produção e sua rede de oleodutos e refinarias fazem da Aramco uma das empresas estratégicas no setor energético global.

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