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INSS e Caixa são as mais processadas do Brasil; veja ranking

Concessões e FGTS geram a maior parte das ações

empresas mais processadas
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).
empresas mais processadas
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil).

O Brasil registra um total superior a 82,7 milhões de processos judiciais em andamento, com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a Caixa Econômica Federal no topo da lista das entidades mais processadas. Essa informação provém do relatório “Justiça em Números” do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), atualizado em abril de 2024.

O INSS, com 4.305.926 processos, encabeça o ranking das empresas mais processadas, seguido pela Caixa, que contabiliza 2.702.790 processos. Os dados revelam uma distância considerável para o terceiro colocado, o Banco Bradesco, que possui 681.835 ações judiciais. Completa o top cinco o Ministério da Fazenda e o Banco do Brasil, com 599.126 e 541.385 processos, respectivamente.

Ranking das empresas mais processadas do Brasil

Empresa Número de processos
INSS 4.305.926
Caixa Econômica Federal 2.702.790
Banco Bradesco 681.835
Ministério da Fazenda 599.126
Banco do Brasil 541.385
Estado de São Paulo 498.984
Estado do Rio Grande do Sul 419.248
Advocacia-Geral da União 299.414
Banco Pan 296.633
10º Banco BMG 279.427

Processos mais recorrentes

Questões relacionadas à concessão de benefícios trabalhistas e assistenciais, como o auxílio por incapacidade temporária (anteriormente conhecido como auxílio-doença), o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a aposentadoria por invalidez, impulsionam predominantemente esses números expressivos no caso do INSS.

Por outro lado, na Caixa, a maior parte das ações está ligada ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), especialmente questões de correção dos valores. A instituição ressalta que decisões judiciais liberam cerca de 16% dos benefícios, um índice considerado alto em comparação a outros países com sistemas previdenciários similares.

Medidas para reduzir o número de processos

O INSS tem implementado medidas para reduzir essa judicialização. Desde 2020, o sistema Atestmed permite a solicitação eletrônica de auxílio-doença, com exigências específicas mas sem necessidade de perícia médica. Isso resultou em uma taxa de aprovação de 45% dos pedidos via Atestmed. Esse resultado contribui para diminuir as longas filas de espera e pode reduzir potencialmente futuras ações judiciais.

Além disso, uma portaria conjunta lançada em 2023 pelo CNJ, a Advocacia-Geral da União (AGU) e a Procuradoria-Geral Federal (PGF) sugere que o INSS evite recorrer em casos com decisões judiciais ou acordos favoráveis aos requerentes. Essa medida tem potencial para reduzir o número de novas ações. Assim, a PGF estima evitar até 137 mil ações no próximo ano.

 

Em termos de política de resolução de litígios, a Caixa também mostrou progresso. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o reajuste do FGTS deve seguir o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), mas sem efeito retroativo. Essa decisão deve levar à extinção rápida de ações relacionadas a reajustes anteriores à definição. Contribuindo, assim, para a redução do número de processos em aberto na Caixa.

Jane Berwanger, diretora de Atuação Judicial do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário (IBDP), sugere que o INSS poderia ainda beneficiar-se de uma análise interna mais aprofundada dos procedimentos e trâmites que frequentemente resultam em litígios. Segundo ela, muitas ações poderiam ser evitadas se os processos administrativos fossem mais eficientes e transparentes.