Após dois dias de alívio, o dólar voltou a operar em alta em relação ao real nesta terça-feira, encerrando o dia com uma valorização de mais de 1%, cotado a R$ 5,453. O movimento reflete tanto o fortalecimento da moeda americana no exterior quanto a atenção dos investidores às recentes declarações do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil. As falas do diretor do Banco Central, Gabriel Galípolo, também influenciaram a valorização do dólar.
No exterior, a diretora do Federal Reserve, Michelle Bowman, reiterou sua visão de que manter a taxa de juros dos Estados Unidos “por algum tempo” provavelmente será suficiente para controlar a inflação. A perspectiva foi um dos fatores que impulsionaram a demanda por dólares, fortalecendo a moeda americana frente a outras divisas, incluindo o real.
Ata do Copom
Em uma videoconferência promovida pela Warren, Gabriel Galípolo reiterou que o Banco Central não trabalha com uma meta para o câmbio ou diferencial de juros. Segundo ele, o foco é um alvo para a inflação. O diretor do BC enfatizou que a meta de inflação “não se discute, se cumpre”.
Profissionais do mercado financeiro consultados avaliaram que tanto a ata quanto as declarações de Gabriel Galípolo trouxeram poucas novidades. No entanto, destacaram que a questão fiscal continua sendo uma preocupação, contribuindo para a alta do dólar frente ao real.
Cotação do Dólar
No fechamento, o dólar à vista subia 1,16%, cotado a R$ 5,453 tanto na compra quanto na venda. A máxima do dia atingiu R$ 5,456. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento registrava alta de 1,02%, chegando a R$ 5,451 por volta das 17h25. Pela manhã, o Banco Central do Brasil vendeu todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados para rolagem dos vencimentos de agosto.
A oscilação do dólar durante o dia refletiu a busca dos investidores por recompor posições compradas na divisa dos EUA, após as recentes baixas. Contudo, a movimentação foi influenciada pela perspectiva externa e pelas declarações dos membros do Fed.