Publicidade
Publicidade
X
Publicidade
X
X
X

Americanas: Por fraude, ex-diretores da empresa têm mandados de prisão decretados

Operação Disclosure: Polícia Federal investiga fraude bilionária nas Lojas Americanas

Fraude contábil Americanas.
(Foto: Divulgação/Polícia Federal)

Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou, em conjunto com o Ministério Público Federal, a Operação Disclosure. A ação visa elucidar a participação de ex-diretores da Americanas na fraude contábil que, conforme divulgado pela própria empresa, chegam ao montante de R$ 25 bilhões. A operação contou também com o apoio técnico da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Ex-diretores Foragidos

Os ex-diretores Miguel Gutierrez, ex-CEO, e Anna Christina Ramos Saicali estão entre os principais alvos da operação e já são considerados foragidos. Ambos se encontram no exterior, e seus nomes serão incluídos na Difusão Vermelha da Interpol, a lista dos mais procurados do mundo.

Mandados de Prisão e Busca

Na ação de hoje, cerca de 80 policiais federais cumprem dois mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão nas residências dos ex-diretores das Americanas, localizadas no Rio de Janeiro. A Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores desses ex-diretores que somam mais de meio bilhão de reais.

Manipulação de Mercado e Bônus Milionários

De acordo com a Polícia Federal, a Americanas sofreu fraude contábil que maquiou os resultados financeiros, demonstrando um falso aumento de caixa para valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa. Com esses números manipulados, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e obtinham lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

Leia Também:

Impacto Financeiro

O rombo financeiro resultante das fraudes nas Americanas é colossal. Em 2022, a empresa registrou um prejuízo de R$ 12,912 bilhões, agravado pela manipulação contábil. A revelação da fraude afetou não apenas a empresa, mas também todo o ecossistema corporativo ao seu redor, causando um impacto significativo no mercado.

Relembre o Caso

A Americanas anunciou, em 11 de janeiro de 2023, irregularidades contábeis de aproximadamente R$ 20 bilhões, resultando em dívidas que ultrapassam os R$ 40 bilhões. A revelação causou a saída imediata do CEO Sergio Rial e André Covre, diretor de relação com investidores, apenas nove dias após assumirem seus cargos.

Fraude Contábil e Recuperação Judicial

Inicialmente, a empresa identificou inconsistências contábeis com impacto estimado em bilhões. A situação escalou rapidamente, e em janeiro de 2023, a Americanas solicitou recuperação judicial, um dos maiores pedidos do tipo no país. Este pedido foi um reflexo direto da magnitude do problema financeiro enfrentado pela empresa.

Investigação Interna

Em junho, uma investigação interna, conduzida por assessores jurídicos, revelou que a antiga diretoria tinha conhecimento da fraude. Este achado foi crucial para entender a magnitude do problema, apontando para uma gestão consciente das irregularidades contábeis.

Leia Também:

CPI e Cartas de Gutierrez

Na Câmara dos Deputados, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instaurada para examinar o prejuízo bilionário da empresa. Miguel Gutierrez enviou uma carta à CPI, criticando a suposta parcialidade do comitê independente e se descrevendo como um “bode expiatório”. Na carta, acusou diretamente os principais acionistas da empresa e seu sucessor, Rial, de manipular informações financeiras.

Legislação e Recuperação Judicial

A nova Lei das Falências, introduzida em 2020, desempenhou um papel significativo na recuperação judicial da Americanas. Esta lei ofereceu à empresa uma salvaguarda contra ações imediatas dos credores, permitindo uma reestruturação mais controlada e estratégica.

Opiniões Divergentes

Especialistas em direito empresarial apresentam visões contrastantes sobre a eficácia e justiça da legislação atual no caso da Americanas. Enquanto alguns veem a lei como um meio de preservar a atividade econômica, outros criticam sua leniência com devedores.

conteúdo patrocinado

MAIS LIDAS

conteúdo patrocinado
conteúdo patrocinado