Publicidade
Publicidade
X
Publicidade
X
X
X

Como mudanças climáticas e câmbio moldam a inflação alimentar

Chuvas e seca impactam preços de alimentos

Como mudanças climáticas e câmbio moldam a inflação alimentar
(Foto: Marjan Blan/Unsplash).

As mudanças climáticas têm exercido uma pressão contínua sobre os preços dos alimentos, elevando os índices de inflação em 2024. De acordo com o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), houve um aumento de 0,81% em junho. Apesar de uma ligeira redução comparada ao mês de maio, que registrou 0,89%, observa-se uma aceleração anual, com um aumento de 2,45% contra uma queda de 6,86% no período equivalente anterior.

André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV Ibre, salientou que as maiores influências no índice provêm dos setores de alimentos, especialmente dos alimentos in natura. “Esta seria a temporada para uma queda nos preços dos alimentos in natura, favorecida por uma estação mais seca. No entanto, as condições climáticas alteradas resultaram em seca no Centro-Oeste e chuvas intensas no Sul do país, o que confunde a oferta desses produtos”, explica Braz.

Influência do câmbio e mercado internacional nos alimentos

A questão dos alimentos in natura é apenas uma parte do problema. O leite, por exemplo, tem visto um aumento elevado, impactando toda a cadeia de produtos derivados. Além disso, o preço do café também está em ascensão, tanto no mercado internacional quanto no doméstico, influenciado pela desvalorização do real frente ao dólar.

Publicidade

“O próximo desafio que prevejo é com o trigo”, afirma Braz. O Brasil, que não é autossuficiente na produção de trigo, enfrenta preocupações com o aumento de preços, que afeta derivados como farinha, pães, massas e biscoitos. O economista também aponta para o impacto dos preços da soja e do milho, que estão elevando os custos das carnes, visto que esses grãos são utilizados na alimentação de animais.

 

Diante desses desafios, Braz projeta um aumento de 6% nos preços dos alimentos para o ano, o que contribuiria para uma inflação média no país superior a 4%, alcançando 4,15%. “Gostaria de poder revisar essa previsão para baixo, mas, por enquanto, é o cenário que temos”, conclui.

A situação é complexa e os efeitos das mudanças climáticas, juntamente com a volatilidade cambial, devem continuar a ser um fator crítico na economia brasileira e especificamente na inflação. Esses elementos não apenas afetam diretamente os custos dos alimentos, mas também têm implicações mais amplas para a economia, afetando a estabilidade dos preços e a capacidade de planejamento a longo prazo para os consumidores e produtores brasileiros. A história dos alimentos e sua influência na inflação ainda está sendo escrita em 2024, e os próximos meses serão decisivos para entender o impacto total dessas variáveis na economia brasileira.

conteúdo patrocinado

MAIS LIDAS

conteúdo patrocinado
conteúdo patrocinado