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A queda da Casa do Pão de Queijo: entenda a recuperação judicial

Rede enfrenta dificuldades financeiras

Entenda a derrocada da rede de franquias. (Foto: Eduardo P/Wikimedia Commons)
Entenda a derrocada da rede de franquias. (Foto: Eduardo P/Wikimedia Commons)

Na última sexta-feira (28), a rede de cafeterias Casa do Pão de Queijo entrou com um pedido de recuperação judicial. A solicitação foi apresentada na Vara de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem da 4ª RAJ, em Campinas (SP), envolvendo a CPQ Brasil S/A e 28 de suas filiais localizadas em aeroportos. O passivo da empresa alcança R$ 57,5 milhões, com R$ 244,3 mil devidos a trabalhadores, R$ 55,8 milhões a credores quirografários e R$ 1,3 milhão a microempresas e pequenas empresas.

Fundada em 1967 no centro de São Paulo, a Casa do Pão de Queijo começou focada na comercialização de pão de queijo. Nos anos 80, inaugurou uma fábrica própria no bairro da Barra Funda e adotou o modelo de franquias. Em 2008, a rede já contava com mil pontos de venda pelo Brasil. O crescimento continuou ao longo dos anos 2000, especialmente em aeroportos geridos pela Infraero. Grandes eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 impulsionaram ainda mais a expansão da rede.

Casa do Pão de Queijo: impactos da pandemia e dificuldades financeiras

A crise financeira da empresa foi intensificada pela pandemia de COVID-19. Nos primeiros três meses da pandemia, a empresa registrou uma queda de 97% no faturamento, e em 2020, a redução total foi de 50%. Além disso, as concessionárias dos aeroportos mantiveram os altos valores de aluguel, mesmo com a queda no movimento de passageiros, tornando insustentável a operação das lojas. Muitos franqueados desistiram do negócio, reduzindo as vendas de produtos da empresa. A produção na fábrica também foi interrompida diversas vezes devido às restrições de circulação, resultando em perda de produtividade.

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Problemas adicionais e pedido judicial

Além das dificuldades impostas pela pandemia, a Casa do Pão de Queijo enfrentou problemas com uma parceria comercial e sofreu prejuízos devido a um projeto com uma multinacional mexicana do setor de alimentos. As enchentes no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, causaram um impacto negativo de R$ 1 milhão por mês em vendas e uma perda de EBITDA de aproximadamente R$ 250 mil mensais. A tragédia climática resultou na demissão de 55 funcionários.

No pedido de recuperação judicial, a empresa solicitou à Justiça a antecipação do “stay period”, período de 180 dias, renovável por mais 180, durante o qual as ações e execuções contra a empresa ficam suspensas. A Casa do Pão de Queijo também pediu a manutenção dos contratos de locação e a proibição da interrupção do fornecimento de energia elétrica nas lojas.

Com o processo de recuperação judicial, a Casa do Pão de Queijo espera reestruturar suas dívidas e recuperar a estabilidade financeira. A empresa continua operando suas lojas próprias e franquias, buscando soluções para superar a crise. A dívida não sujeita aos efeitos da recuperação judicial soma R$ 53,2 milhões, além de um passivo tributário de R$ 28,7 milhões.

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