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Conselho da Vale em crise: Vera Marie Inkster renuncia

Saída ocorre em meio a questões de governança corporativa

Saída de Vera Marie Inkster abala conselho da Vale. (Foto: Divulgação)
Saída de Vera Marie Inkster abala conselho da Vale. (Foto: Divulgação)

A mineradora Vale anunciou ontem (01) a renúncia de Vera Marie Inkster do cargo de membro do conselho de administração. Inkster, que estava no conselho desde 2023, é a segunda conselheira independente a deixar o cargo em três meses, evidenciando uma crise interna no colegiado da empresa.

Inkster, uma cidadã canadense e ex-CEO da mineradora canadense Lundin Mining, enfrentou diversos desafios durante seu curto período no conselho da Vale. Ela já havia renunciado ao Comitê de Indicação e Governança semanas atrás, devido a conflitos internos. Sua saída do conselho agora também afeta o Comitê de Auditoria e Risco.

A Vale, em comunicado, afirmou que está trabalhando na recomposição do conselho e que convocará uma Assembleia Geral para tratar do tema. A mineradora agradeceu os serviços prestados por Inkster, mas não divulgou os motivos específicos para sua saída. Fontes internas sugerem que ela foi alvo de agressões verbais de conselheiros alinhados ao governo, influenciando sua decisão.

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Crise de governança

A renúncia de Inkster ocorre em um momento crítico para a governança da Vale. Em março, José Luciano Penido, outro conselheiro independente, também renunciou, denunciando a “evidente e nefasta influência política” na empresa. Penido criticou o processo de sucessão do CEO Eduardo Bartolomeo, alegando manipulação e influência política.

A saída de Inkster e Penido evidencia um padrão de descontentamento com a direção política da empresa. A influência do governo no conselho da Vale tem sido uma preocupação crescente, com membros independentes enfrentando dificuldades para manter sua autonomia.

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Impacto no conselho

Com a saída de Inkster, o conselho da Vale passa a ter apenas 11 membros, dos quais 6 são independentes. Este número está abaixo do exigido pelo estatuto social da companhia, que requer pelo menos 7 conselheiros independentes. A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil e principal acionista da Vale, tem dois representantes no conselho, enquanto o Bradesco, a Mitsui e os funcionários da Vale têm um representante cada.

A votação para a saída de Bartolomeo, no final do ano passado, evidenciou a crescente influência política na gestão da empresa. Naquela ocasião, seis conselheiros, incluindo dois independentes, votaram alinhados à Previ, destacando a influência do governo no conselho da Vale.

A renúncia de Inkster gerou apreensão no mercado, levantando preocupações sobre a governança corporativa da Vale. Analistas do Citi enfatizaram a importância de um conselho independente para a mineradora e criticaram a influência política crescente. Apesar disso, as ações da Vale fecharam em alta na bolsa, impulsionadas pela valorização do minério de ferro na China e pela alta do dólar.

Desafios futuros

A saída de Inkster e Penido evidencia um cenário de dissenso dentro do conselho da Vale. O processo de escolha do novo CEO, que sucederá Bartolomeo em janeiro de 2025, está em andamento e é crucial para a estabilidade futura da mineradora. O governo tentou influenciar a escolha do novo executivo, mas recuou após a repercussão negativa. A Vale, em seu comunicado, reafirmou o compromisso de seguir seu estatuto social e trabalhar pela recomposição do colegiado de forma transparente.

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