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IGP-DI sobe 0,50% em junho com menor pressão dos alimentos

Inflação desacelera com queda nos preços dos alimentos processados

Alimentos - inflação - São Paulo - IGP-DI
(Imagem: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias)
Alimentos - inflação - São Paulo - IGP-DI
(Imagem: Helena Pontes/Agência IBGE Notícias)

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) registrou um aumento de 0,50% em junho, mostrando uma desaceleração em comparação com a inflação de 0,87% observada em maio, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (8). A menor pressão sobre os preços dos alimentos, tanto processados quanto in natura, foi um dos principais fatores para essa desaceleração.

Com esse resultado, o IGP-DI acumula uma alta de 1,11% no ano e 2,88% nos últimos 12 meses. No mesmo mês do ano anterior, o índice havia registrado uma queda de 1,45%, acumulando uma baixa de 7,44% em 12 meses.

De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços do FGV/Ibre, o índice ao produtor do IGP-DI mostra a redução das pressões sazonais sobre os alimentos in natura e a desaceleração nos preços dos alimentos processados. “Esses movimentos refletem a diminuição da influência dos alimentos na inflação ao consumidor, medida pelo IPC, que também apresentou desaceleração no grupo alimentação“, explicou.

Índice de Preços ao Produtor Amplo

O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,55% em junho, em comparação a 0,97% em maio. A taxa do grupo Bens Finais desacelerou de 0,73% em maio para 0,41% em junho. O destaque foi para o subgrupo alimentos processados, cuja variação caiu de 1,92% para 1,14%.

No grupo Bens Intermediários, a taxa diminuiu de 0,88% em maio para 0,45% em junho, principalmente devido ao recuo no subgrupo materiais e componentes para a manufatura, que variou de 1,74% para 0,30%.

O estágio das Matérias-Primas Brutas registrou um aumento de 0,80% em junho, menor que a alta de 1,33% observada em maio. Entre os itens que contribuíram para essa desaceleração estão o minério de ferro (de 4,75% para -2,66%), a soja (de 5,01% para 2,69%) e os bovinos (de -0,65% para -2,15%). Por outro lado, itens como café em grão (de -0,21% para 11,73%), cacau (de -18,95% para 20,10%) e cana-de-açúcar (de -1,97% para -0,07%) mostraram aceleração.

Índice de Preços ao Consumidor

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) teve uma variação de 0,22% em junho, após registrar 0,53% em maio. Seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram redução em suas taxas de variação: Educação, Leitura e Recreação (de 0,87% para -0,75%), Habitação (de 0,41% para 0,13%), Transportes (de 0,49% para 0,19%), Alimentação (de 0,72% para 0,50%), Comunicação (de 0,46% para -0,08%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,67% para 0,57%).

As principais contribuições para esse movimento vieram de itens como passagem aérea (de 5,52% para -4,81%), aluguel residencial (de 1,24% para 0,17%), transporte por aplicativo (de 8,60% para -7,03%), hortaliças e legumes (de 5,54% para 1,57%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,96% para -0,29%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (de 1,66% para 1,44%).

Por outro lado, os grupos Vestuário (de -0,54% para 0,36%) e Despesas Diversas (de 0,21% para 0,44%) apresentaram alta em suas taxas de variação, impulsionados por itens como roupas (de -0,73% para 0,33%) e serviços bancários (de 0,00% para 0,86%).

Índice Nacional de Custo da Construção

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 0,71% em junho, comparado a 0,86% em maio. Os três grupos componentes do INCC registraram as seguintes variações. Materiais e Equipamentos (de 0,37% para 0,38%), Serviços (de 0,54% para 0,20%) e Mão de Obra (de 1,55% para 1,23%).

Núcleo e Difusão

O núcleo do IPC registrou uma taxa de 0,34% em junho. Sendo assim, o núcleo do IPC registrou uma taxa de 0,34% em junho, ligeiramente acima dos 0,31% apurados no mês anterior. Dos 85 itens componentes do IPC, excluímos 38 do cálculo do núcleo. Destes, 28 apresentaram taxas abaixo de 0,06%, e 10 registraram variações acima de 0,63%.

O índice de difusão, que mede a proporção de itens com variação positiva, ficou em 54,19%. Afinal, é uma queda de 7,10 pontos percentuais em relação a maio, quando foi de 61,29%.